Mãe de vítima de atentado no Jacintinho desabafa: "O que meu filho tem a ver com a violência urbana?"

Publicado em 30/08/2025, às 13h30
Rita de Cássia é mãe de criança vítima de atentado a tiros - Reprodução/TV Pajuçara

TNH1 com TV Pajuçara

Os últimos quatro dias foram de angústia para a dona de casa Rita de Cássia Gomes. Ela é mãe da criança de seis anos vítima do atentado a tiros no bairro Jacintinho, em Maceió, ocorrido na terça-feira (26). A mulher conversou com exclusividade com a reportagem da TV Pajuçara e a entrevista (veja trechos mais abaixo) foi exibida no programa Fique Alerta deste sábado (30).

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A criança, uma adolescente de 13 anos e o homem de 28 anos identificado como Fabrício Gabriel Ataíde da Silva foram atingidos por tiros disparados por dois homens durante correria em uma comunidade, na noite do dia 26 de agosto. A vítima mais nova já recebeu alta médica, a outra menor segue internada no Hospital Geral do Estado (HGE) com a bala alojada nas costas e o adulto não resistiu às diversas lesões no corpo, e teve o óbito confirmado na quinta-feira (28).

Rita de Cássia destacou que o filho ainda se recupera do trauma, toma medicamentos para aliviar a dor e não consegue andar. Ela pede ajuda para garantir a assistência adequada à criança, já que a família não tem condições financeiras para custear tratamento.

"Não chega uma pessoa para perguntar se estamos precisando de alguma coisa. Não vem uma assistente social, um psicólogo. Aqui mora gente de bem. O que meu filho tem a ver com a violência urbana?", iniciou.

"Não temos para onde correr. A gente mora em uma periferia, pois não temos condições de morar nos bairros nobres. As crianças não podem brincar um pouquinho na rua que os maloqueiros já chegam atirando, sem querer saber em quem o tiro vai pegar. É um caso grave", continuou Rita.

O momento do tiroteio ainda é lembrado com aflição pela dona de casa. Ela disse que depois da correria pegou o filho nos braços, ensanguentado, em uma cena difícil de sair da memória. A mulher clama por Justiça.

"A gente estava conversando na porta e elas [crianças] pediram para brincar de slime (massa de modelar) em uma mesinha, onde aconteceu a tragédia. Não deu dois minutos e começaram os tiros. Saímos correndo desesperados, mas meu nervosismo foi tão grande com meu filho no braço, ensanguentado", relembrou.

"O meu filho vai demorar muito a andar. Faltou um triz para pegar na artéria dele e eu poderia estar de luto hoje. Isso é revoltante", acrescentou Rita que sofre de depressão e também explicou que o filho tem problemas cardíacos que exigem o máximo de atenção com as emoções vividas por ele. 

Quem tiver informações sobre a identificação ou paradeiro da dupla suspeita de cometer o atentado a tiros pode entrar em contato com o Disque Denúncia, de número 181. A ligação é gratuita e o anonimato é garantido ao denunciante.

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