Revista Crescer
"Esse vídeo é sobre o meu caso", avisa Brenda Nathielle (@be_nathielle), de 29 anos, de Nova Serrana, Minas Gerais, em um vídeo compartilhado na noite desta quinta-feira (23), dois dias após dar à luz sua caçula, Diana. Nele, durante o parto, as médicas analisam o que aconteceu para que a mineira tivesse engravidado do quarto filho menos de dois anos após ter feito uma laqueadura.
"As doutoras conferiram os ovários e explicaram que não houve regeneração de trompas, não há nenhuma canalização em mim... nada que ligue o ovário ao útero. E o que explica a falha na laqueadura é que o óvulo caiu na cavidade e encontrou, sozinho, a entrada do útero. Eu ainda prefiro acreditar que Deus é o dono da vida, e a sua vontade sempre será soberana", disse ela que, além de Diana, também é mãe de Arthur, 7 anos, Beatriz, 4 e Cecília, 2 anos.
No vídeo, logo após o parto, é possível ouvir a médica falando: "Não tem nada de trompa. Eu achei um pedacinho desse lado". Enquanto outra médica completa: "Mas também não comunica. Não tem nenhuma comunicando o útero ao ovário". Em seguida, a obstetra Marina Neves (@marinanag) aparece com Diana nos braços, no quarto do hospital, explicando o que provavelmente contribuiu para a gravidez de Brenda: "Após tirar a Diana e admirar essa belezura, nós fechamos o útero e fomos [analisar]. No lado esquerdo, eu não achei trompa nenhuma e, do lado direito, um pedacinho de trompa, que é o esperado mesmo. Toda laqueadura tira a parte média da trompa. A gente corta e interrompe a comunicação [com o útero]", afirma.
A explicação, segundo a médica, é que Brenda engravidou sem as trompas. "Isso é o que a gente chama de falha de laqueadura. Nem tudo tem uma lógica e nem tudo é fácil de explicar pela medicina. Mas os bebês laqueaduras estão aí", disse a especialista. "Acredito que essas crianças 'raras', elas vêm por algum motivo. E está aqui a Diana, para trazer muita felicidade para essa família", finalizou.
À CRESCER, em uma entrevista anterior, Brenda contou que, na época que descobriu a quarta gestação, pensou que estava apenas com um mal-estar. "Até que sonhei que estava grávida (risos). Foi, então, que decidi fazer o teste de gravidez e deu positivo", disse. "Foi o maior susto da minha vida — maior até do que quando engravidei com DIU, pois jamais imaginei que poderia acontecer duas vezes com a mesma pessoa. No caso, eu! Fiquei três dias chorando sem conseguir comer, muito assustada. Não era tristeza, sabe? Mas realmente me pegou muito de surpresa", admite.
Agora, após o parto de Diana, Brenda disse à CRESCER que ela e o marido vão apostar em outro método contraceptivo: "Meu marido vai fazer a vasectomia (risos)", finalizou.
Falha na laqueadura
Segundo o ginecologista e obstetra Segundo Alexandre Pupo (SP), nenhum método contraceptivo é 100% eficaz, nem mesmo a laqueadura. "A taxa de falha da laqueadura é de 0,3% a 0,5%, principalmente no primeiro ano após o procedimento. Isso significa que uma em cada 200 mulheres submetidas ao procedimento pode engravidar", explica.
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