Mais de 200 mil homens do Exército vão às ruas neste sábado em campanha contra o mosquito Aedes

Publicado em 13/02/2016, às 08h21

Redação

Cerca de 220 mil homens e mulheres das Forças Armadas vão estar nas ruas de 356 cidades brasileiras neste sábado (13) para o Dia Nacional de Mobilização para o Combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como o zika, dengue e chikunguya.

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O efetivo será utilizado para orientar a população sobre como eliminar o inseto. Serão 160 mil homens do Exército, 30 mil da Marinha e 30 mil da Aeronáutica deslocados para a ação — número que corresponde a cerca de 60% do total de membros das Forças Armadas do País.

Na tarde da última quinta-feira (11), o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, explicou os detalhes da ação em entrevista coletiva. Segundo ele, o objetivo da campanha é alcançar três milhões de residências e distribuir quatro milhões de folhetos para a popularção.

— Vamos levar os folhetos, entregar nas casas, explicar as medidas e ações necessárias para combater o mosquito, e a importância da mobilização das famílias. Se não houver mobilização da população em remover permanentemente focos de criação do mosquito, não haverá resultado na campanha.

De acordo com o ministro, dois critérios foram usados para definir quais cidades seriam visitadas na campanha: se o município conta com a presença de unidades militares e se tem grande incidência do mosquito Aedes aegypti, segundo os dados do Ministério da Saúde.

Além do efetivo militar, a presidente Dilma Rousseff vai deslocar diversos ministros a vários Estados do País para participar da mobilização. O titular da pasta da Saúde, Marcelo Castro, irá para Salvador, enquanto o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, irá a São Luís. Os ministros Juca Ferreira, Tereza Campello, Edinho Silva, e Ricardo Berzoini também participarão da ação.

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No entanto, a operação do ministério da Defesa foi recebida com desconfiança. A Agência Estado classificou a mobilização como "um ato apenas midiático", dizendo que irá se limitar apenas a panfletagens e esclarecimento à população — não será incluida entrada nas residências ou colocação de remédios para larvas.

O ministro Rebelo explicou que os homens do exército só vão entrar nas residências das pessoas caso haja presença do agente municipal — o que depende de cada prefeitura na qual o efetivo irá atuar. 

Uma ação posterior será realizada com as Forças Armadas entre os dias 15 e 19 — esta, direcionada ao combate direto ao mosquito.

Zika vírus

Em ano de Olímpiadas, o Brasil se tornou centro das atenções do mundo todo, mas não por conta do desempenho dos atletas nem da preparação para os jogos. O vírus zika, que já foi associado a casos de má formação de bebês, está se espalhando rapidamente pelo país e causando preocupação de uma possível nova epidemia global.

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Apenas na América Latina, o zika já é encontrado em 21 países. O vírus também está se multiplicando pela Costa Leste e região central dos Estados Unidos. Governos de países como a Colômbia já recomendaram oficialmente para que as mulheres adiem a gravidez devido aos riscos relacionados ao vírus. Já o governo de El Salvador foi ainda mais rígido, solicitando que o adiamento se prolongasse pelo menos até 2018.

No início do mês, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a proliferação do zika como uma emergência internacional. Até hoje, apenas as doenças H1N1, pólio e ebola receberam tal status. A declaração trouxe consigo a recomendação de medidas extras para as mulheres se protegerem contra mosquitos.

Também no começo do mês, o Brasil anunciou que agentes de vigilância sanitária teriam permissão para entrar em imóveis abandonados que apresentem possíveis focos de água parada — condição propícia para a reprodução do mosquito Aedes aegypti.

Até o dia 23 de janeiro, foram registrados 4.180 casos suspeitos de microcefalia no Brasil.

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