Manifestantes invadem embaixada dos EUA em Bagdá

Publicado em 31/12/2019, às 13h59
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Folhapress

Manifestantes invadiram a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, capital do Iraque, nesta terça-feira (31), em resposta ao bombardeio dos americanos contra a facção pró-Irã Kataib Hezbollah. O ataque matou cerca de 25 iraquianos no último domingo (29).

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Forças de segurança iraquianas lançaram gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, que conseguiu chegar ao primeiro recinto do complexo de alta segurança, ignorando os avisos para que se afastassem. "Por favor, deixem a área para evitar derramamento de sangue", diziam comunicados transmitidos nos alto-falantes.

Dois funcionários do Ministério do Exterior iraquiano afirmaram que o embaixador e os funcionários deixaram o local, mas não precisaram em qual momento.

Os manifestantes estavam vestidos com o uniforme de combatentes da Kataib Hezbollah, uma coalizão de paramilitares dominada por facções xiitas pró-Irã.

Algumas mulheres com bandeiras iraquianas e forças de mobilização popular também participaram do protesto. Eles exibiam faixas com os dizeres "o Parlamento deve expulsar as tropas dos EUA, se não, as expulsaremos" ou "fechem a embaixada dos EUA em Bagdá". Também gritavam "os Estados Unidos são o grande Satanás".

O bombardeio, que Washington ordenou em retaliação pela morte de um empreiteiro americano em um ataque com foguete contra uma base no Iraque, alimentou o sentimento antiamericano no país.

Adel Abdul Mahdi, ex-primeiro-ministro do Iraque que renunciou no começo de dezembro, pediu que os manifestantes saíssem da área da embaixada.

"As forças iraquianas proibirão estritamente todos os ataques à representação diplomática", disse Mahdi duas horas após o início do protesto.

Em uma rede social, o presidente Donald Trump acusou o Irã de orquestrar a invasão e disse que irá responsabilizar o país.

"O Irã matou um empreiteiro americano e feriu outras pessoas. Respondemos com vigor e sempre iremos responder", disse, em referência à ação do último domingo.

"Agora, o Irã está orquestrando um ataque contra a embaixada dos EUA no Iraque. Eles serão responsabilizados. Esperamos que o Iraque use suas forças de segurança para proteger a embaixada", acrescentou Trump.

Em um telefonema, líderes iraquianos garantiram ao secretário de Estado americano, Mike Pompeo, a segurança de funcionários e das instalações, segundo o Departamento de Estado dos EUA.

Pomepo conversou com Adel Abdul Mahdi e o presidente iraquiano, Barham Salih, separadamente, de seu escritório em Washington.

"O secretário deixou claro que os Estados Unidos vão defender seus cidadãos, que estão lá para apoiar um Iraque independente e soberano. Abdul Mahdi e Salih garantiram ao secretário que levaram a sério a responsabilidade deles e que garantiriam a segurança dos funcionários americanos e da propriedade", disse Morgan Ortagus, porta-voz do departamento, em comunicado.

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