Redação
No avião da seleção brasileira que vai para a Copa do Mundo da Rússia um assento nobre já está reservado para um integrante de camisa amarela, calção azul, bastante carisma e grande importância para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Mesmo sem entrar em campo, a mascote da seleção brasileira Canarinho tem quase a popularidade de um jogador e pode ser tão rentável quanto um patrocinador.
LEIA TAMBÉM
O pássaro amarelo, de semblante sisudo e personalidade forte, foi lançado em outubro de 2016 e chegará às prateleiras no próximo mês. Devido ao sucesso, o Canarinho vai ganhar uma linha de cerca de produtos licenciados. O torcedor poderá entrar no clima da Copa com uma pelúcia de 40 cm ou itens como copos, protetor de celular, ímãs de geladeira e canecas com a cara do bicho.
Um dos criadores da mascote, o diretor de marketing da CBF, Gilberto Ratto, afirmou que o impacto popular do Canarinho foi uma surpresa. "Nós tínhamos a ideia de aproximar a torcida da seleção, principalmente das crianças. Pensamos em uma figura para personificar o torcedor, mas queríamos uma que tivesse atitude de firmeza, força, seriedade. Um Canarinho ao mesmo tempo bravo e legal", explicou ao Estado.
O projeto da mascote consistiu em resgatar o pássaro símbolo da seleção brasileira em uma versão moderna, com inspiração em mascotes da NBA e personalidade definida. O sucesso rendeu vários perfis em redes sociais como homenagem. A CBF tem recebido ainda muitos pedidos para a mascote ir a programas de TV e até a aniversários de crianças.
Uma equipe da CBF cuida das ações referentes ao bicho, com a definição de campanhas e até da personalidade. O semblante enfezado é um traço marcante, assim como a relação com o público e nas redes sociais. "Na rua, com as crianças o Canarinho é carinhoso, mas com adulto é mais marrento. Ele é extrovertido na medida certa", disse Ratto.
O passáro amarelo viajou com a seleção para os amistosos do último mês e em Moscou encontrou o colega Zabivaka, a mascote da Copa. Em uma foto, o simpático lobo russo de aparência inofensiva cumprimentava um bicho de cara séria e cenho franzido. No dia a dia da seleção, a mascote acompanha e cumprimenta os jogadores. O lateral Daniel Alves é um dos que mais se diverte com o bicho.
Pelo menos três funcionários da CBF se revezam no difícil papel de ser o Canarinho. "Precisa ser alguém realmente bom de bola, porque tem de fazer embaixada vestido com a roupa especial", disse. Os nomes de quem usa a fantasia são mantidos sob sigilo.
A cara enfezada vai continuar por muito tempo, independentemente do resultado na Rússia. "Ele vai ter a mesma cara. O Canarinho, assim como a seleção brasileira, vai querer ganhar ainda mais", afirmou Ratto.
LEIA MAIS