Médium João de Deus também é investigado sob suspeita de venda de pedras falsas

Publicado em 18/12/2018, às 22h52
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Folhapress

Além dos mais de 500 relatos de abuso sexual, o Ministério Público e a Polícia Civil de Goiás investigam o médium João de Deus por, supostamente, vender pedras preciosas falsas como verdadeiras. A denúncia foi feita por um negociador e gerou a abertura de um inquérito pela Delegacia de Investigações Criminais de Goiânia, que suspeita de estelionato.

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Nesta terça (18), a Casa Dom Inácio de Loyola, espécie de hospital espiritual onde o médium fazia atendimentos, foi alvo de uma operação de busca e apreensão de mídias, como celulares e computadores, que pudessem comprovar a prática de crimes no local.

Preso preventivamente desde domingo (16) em Aparecida de Goiânia (GO), o médium teve o pedido de habeas corpus negado liminarmente nesta terça pelo desembargador Jairo Ferreira Júnior, do Tribunal de Justiça de Goiás.

João de Deus foi questionado sobre o suposto golpe com pedras preciosas em depoimento no domingo e afirmou que "nunca forneceu certificados quando da venda das referidas pedras". O nome do denunciante está em sigilo.

A exploração de pedras preciosas está entre as diversas atividades do médium, que incluem a venda de "remédios" na Casa Dom Inácio, lojas, imóveis e sete fazendas.

Os relatos sobre a venda de pedras falsas, dizem investigadores, ainda são genéricos. As apurações serão aprofundadas num segundo momento.

Na operação, policiais solicitaram documentos sobre as finanças da casa Dom Inácio. A Promotoria investiga se houve movimentação nas contas do médium de R$ 35 milhões na última semana.

Em seguida, policiais visitaram locais onde João de Deus realiza atendimentos, como a "sala das correntes", onde fiéis fazem meditação, e outros locais apontados em denúncias por mulheres que relatam terem sido vítimas de abuso -o médium nega as acusações.

Os policiais também estiveram na residência do médium em Abadiânia e na Casa da Sopa, instituição filantrópica fundada por ele. Não foi divulgado um balanço dos itens apreendidos na operação. O advogado Ronivan Peixoto Júnior, que acompanhou as buscas, diz que funcionários deram acesso a todos os documentos solicitados.

Sobre o habeas corpus, o advogado Alberto Toron informou que o julgamento final do pedido deverá se dar após o recesso do Judiciário. "Discordamos da decisão e vamos recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça)", afirmou.

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