Melhores amigas de 81 anos viajam pelos sete continentes em 80 dias

Publicado em 06/04/2023, às 14h11
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Correio Braziliense

Duas idosas de 81 anos provaram que ter idade avançada não é empecilho para viver novas experiências, até mesmo as extraordinárias: as duas acabam de voltar para a casa após viajarem pelos sete continentes em 80 dias. As melhores amigas Ellie Hamby e Sandy Hazelip voltam ao Texas, onde moram, cheias de memórias da aventura, desde pegar no colo a maior cobra da Austrália e posar com leões na Zâmbia até voar de balão no Egito.

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Amigas há 20 anos, Ellie e Sandy começaram a viajar juntas depois que os maridos morreram, há cerca de cinco anos atrás. Mas a ideia de passar por países dos sete continentes em uma jornada intensa de 80 dias só veio em 2021. Ellie diz que a ideia veio da amiga. “Ela disse: 'Ellie, por que não pensamos em viajar ao redor do mundo em 80 dias quando tivermos 80 anos?'", contou a aventureira à NBC após o retorno delas para o Texas, em 1º de abril. 

Animadas, as duas até apelidaram a viagem como “Volta ao mundo em 80 dias com 80 anos”, idade que tinham na época, mas os planos foram adiados devido à pandemia da covid-19, que voltou a ter um pico no fim de 2021. Prudentes, elas escolheram reagendar a viagem para janeiro de 2023. 

Em 11 de janeiro, as duas deram a partida na jornada com um destino encarado com um frio na espinha até mesmo pelos mais jovens: encarar a Passagem de Drake, considerado “o mar mais perigoso do mundo” por ser o ponto de encontro entre os oceanos Atlântico e Pacífico, conversão que impõe às embarcações ondas de seis a 10 metros. A passagem é necessária para chegar à Antártida.

As duas enfrentaram o desafio e conheceram o continente imerso de icebergs e grandes ilhas geladas após enfrentarem as grandes ondas que “giraram os barcos”, “derrubaram pratos e fez com que nós esbarrassémos uns nos outros”, mas ninguém ficou ferido.

De lá, elas conheceram a cultura mística do povo Rapa Nui, no Chile, dançaram Tango na Argentina, passearam de trenó com huskies siberianos na Lapônia e andaram de balão e de camelo no Vale dos Reis, no Egito. Depois de 40 dias, as melhores amigas compartilharam a culinária e a crença dos moradores da Índia, a filosofia de Amor e Paz do Nepal.

Na Austrália, elas interagiram e pegaram no colo a maior cobra do continente, em Roma, jogaram moedas na Fontana di Trevi, e em Bali foi a vez de tirar selfie com um macaco-de-cauda-comprida e “voar” em um balanço gigante. Na África, mergulharam nas “poderosas Cataratas Vitória” e posaram com leões na Zâmbia.

“Tivemos experiências incríveis e conhecemos algumas das pessoas mais legais do mundo”, escreveu a dupla no blog em que compartilham as experiências. As duas afirmam que aprenderam que a maior riqueza das viagens é se misturar com os cidadãos locais e viver como eles.

“Quando nos perguntam sobre nossas 'férias', respondemos rapidamente: ’isso não são férias, é um aventura!’. Se fossem férias, passaríamos nosso tempo relaxando na praia. Em vez disso, levantamo-nos todos os dias, prontos para a aventura que temos pela frente”, escreve Ellie no blog.

Ao jornal estadunidense USA Today, a dupla conta que a aventura requer flexibilidade e otimismo. Com malas prontas para visitarem o Peru, as manifestações políticas impediram a ida das amigas, que, rapidamente, mudaram o roteiro para a Argentina. “Sandy tocou tango e eu andei a cavalo. Nos divertimos muito”, disse Ellie.

Quando pegaram o trem errado no Japão e se viram perdidas na imensidão do país, as duas não surtaram. “Apenas dissemos: ‘ok, bem, vamos descobrir o plano B’. Basicamente, essa foi nossa atitude para tudo. Fomos apenas para o plano B, e, em algumas situações, para o plano C, D e E”, contou Ellie.

A flexibilidade é algo presente na vida das duas, que são donas de carreiras que demandam resiliência: Ellie é fotográfa e por anos viajou para países para capturar paisagens diferentes que foram usadas em diversos produtos, de cartões postais a marcadores de página.

Já Sandy é médica e atuou por anos com saúde da mulher, mas agora se dedica a cuidados paliativos e

m pacientes residentes de instituições de cuidados de longo prazo.

Inspiração para jovens e idosos, dupla planeja outra viagem quando estiverem com 85 anos

Além do blog, a dupla registrou os momentos em uma página no Instagram e no TikTok. Conhecidas como "Vovós viajantes" pelos seguidores, as duas receberam encorajamento durante toda a viagem. “Até mesmo um senhor de 87 anos nos enviou uma mensagem dizendo que agora estava planejando sua viagem: “Volta ao mundo em 90 dias, aos 90 anos”, disse Ellie.

As duas contam que em toda jornada viveram mais do que esperavam. “Nós apenas entramos no avião e percorremos vários quilômetros. Viravámos as esquinas e viviámos experiências incríveis… não sabíamos que seria tão aventureiro.. estávamos apenas vivendo a vida”, relatou a idosa.

Agora, as duas aconselham as pessoas que sonham em fazer algo parecido a apenas “levantarem da poltrona, sair da zona de conforto, fazer planos e viver”. “Sua idade é apenas um número”, diz Sandy ao USA Today.

As melhores amigas também afirmam que já tem uma nova viagem planejada com um novo tema: “85 e ainda vivas!”.

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