Menino é chamado de 'macaco' em partida de futebol, em BH: 'Não vou parar'

Publicado em 24/10/2022, às 22h55
Foto: Reprodução/Videopress Produtora -

O Tempo

Um caso de racismo envolvendo um menino de 10 anos foi registrado durante uma partida de futebol, no bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, no último sábado (22). Xingamentos como "macaco", "seu preto" e "Bob Esponja negro" foram proferidos ao garoto que estava participando de um torneio de futebol, no clube da Associação Altética Banco Real (AABR), entre alunos das escolinhas Fut Minas e Arena Céu Azul, onde o garoto está matriculado. De acordo com o professor de futebol Iago Felipe Ramos, de 30 anos, o jogo estava indo bem até que um dos alunos o alertou para o que estava acontecendo.

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“Um aluno veio me reportar que a torcida estava cometendo um ato racista, então, eu observei que quando ele (a vítima) fez uma defesa, a torcida do time adversário mandou ele ir embora porque ele é preto. Imediatamente acionei o árbitro, nós fomos até a torcida deles, eu, o árbitro e o treinador deles, pedimos para que parassem com os xingamentos, mas, para nossa surpresa, começamos a ser hostilizados por uma senhora e por alguns pais, além de uma funcionária da quadra, que ameaçou filmar e postar tudo na internet, dizendo que estávamos caçando confusão. Foi uma situação muito constrangedora”, relata.

A mãe do garoto, Mariana Mendes, de 33 anos, que estava no local, contou que estranhou quando o juiz interrompeu o jogo. “Estranhei, pois não tinha acontecido nada, nem falta, ninguém tinha machucado. Foi quando meu sobrinho avisou que as pessoas estavam xingando meu filho. Algumas pessoas que testemunharam o racismo nos apoiaram. Então, resolvi chamar a polícia”, conta a mãe da criança. Muito emocionada, Mariana afirma que esse não foi o primeiro episódio de racismo que a família sofreu. “Minha filha, quando tinha 10 anos, foi vítima de racismo. É inacreditável. Eu quero justiça, e vou até o fim”, garante.

Ainda segundo a mãe, o garoto está abalado com o que aconteceu. “Na delegacia ele contou tudo, mas em casa ele evita comentar no assunto. Não se abre com a gente, percebo que ele está diferente, que está muito triste”, afirma.

A Polícia Militar foi até o local e levou uma mulher suspeita de ter cometido o crime, além da família do menino para a Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Vítimas de Intolerâncias. Foi feito um boletim de ocorrência e o caso encaminhado à Polícia Civil.

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