Mídia estrangeira destaca lei de posse de armas ao noticiar massacre

Publicado em 13/03/2019, às 22h02
Adolescente ferido em tiroteio na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), é transferido de ambulância do Hospital Santa Maria para a Santa Casa | Johnny Morais/Futura Press/Folhapress -

VEJA.com

Ao noticiarem o massacre de Suzano (SP), nesta quarta-feira, 13, jornais estrangeiros mencionam a mudança nas regras sobre posse de arma adotada pelo governo de Jair Bolsonaro e o elevado índice de violência no Brasil. Também lembram outra tragédia em escola brasileira, a de 2011 em Realengo (RJ).

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“É o primeiro fato deste tipo da Presidência de Bolsonaro, e tem um antecedente dramático no Rio de Janeiro, onde em 2011 um ex-aluno matou doze garotos em uma escola”, informou o Clarín, de Buenos Aires. “As leis sobre armas são extremamente estritas no Brasil, mas não é difícil comprar ilegalmente uma arma. O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, recentemente anunciou que os controles sobre a posse de armas seriam reduzidos”, assinalou o britânico The Guardian.

O mesmo jornal e o francês Le Monde informaram que massacres em escolas são raros no Brasil. Mas ambos acrescentaram que o país é um dos mais violentos do mundo. A agência Deutsche Welle, da Alemanha, também ressaltou o alto nível de violência vivido pelo país nos últimos anos.

“O Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Mais de 60.000 pessoas são mortas todos os anos”, diz a reportagem, que ressalta que até agora tiroteios em escolas foram raros. “Recentemente, Jair Bolsonaro modificou a legislação sobre armamentos para facilitar a compra de armas de fogo”, completa o jornal alemão.

O Guardian lembrou especialmente o caso de Realengo, quando o ex-estudante Wellington Menezes de Oliveira, matou doze garotos na Escola Municipal Tasso da Silveira e se suicidou.  O jornal El País, da Espanha, igualmente mencionou esse episódio.

“O Brasil acaba de sofrer um desses massacres tão frequentes nos Estados Unidos, mas não em um país sul-americano. O cenário foi uma escola. O acontecimento lembra o massacre há sete anos em um colégio público do Rio de Janeiro, onde um ex-estudante entrou armado e assassinou doze alunos antes de disparar um tiro contra si”, registrou.

A maioria dos meios internacionais tratou de apresentar a seus leitores os fatos já apurados sobre o massacre de Suzano, sem análises mais profundas sobre o episódio. Os títulos das reportagens, entretanto, não deixam de marcar a tragédia e a aproximação desse episódio aos frequentes tiroteios em escolas dos Estados Unidos.

A rede americana de televisão CNN abriu a notícia, em seu portal, com o título “Massacre em escola no Brasil: ataque mortal em São Paulo”. O jornal argentino La Nación trouxe os fatos com a manchete “Tiroteio escolar em São Paulo: dois estudantes mataram oito pessoas e se suicidaram”.

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