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Uma cena de ficção científica foi registrada no norte da Escócia: um feixe de luz disparado de um equipamento militar britânico atravessou o ar e derrubou drones que voavam mais rápido que um carro de Fórmula 1.
O teste, realizado pelo Ministério da Defesa do Reino Unido, apresentou ao mundo o DragonFire, sistema a laser que coloca as forças armadas britânicas na dianteira da corrida por armas antidrones de alta precisão e baixo custo.
O DragonFire, desenvolvido pela empresa europeia MDBA, foi capaz de neutralizar drones que atingiam até 650 km/h.
Segundo demonstração divulgada pelo UK Defense Journal, a tecnologia tem precisão suficiente para acertar uma moeda de uma libra 1km de distância. Além da eficiência, o sistema impressiona pelo custo operacional: cada disparo custa cerca de US$ 13 (R$ 70), valor irrisório se comparado aos mísseis convencionais, que podem ultrapassar milhões por lançamento.
O interesse por esse tipo de defesa cresce à medida que drones se tornam protagonistas nos campos de batalha. Na guerra da Ucrânia, eles passaram a executar funções que vão de ataques suicidas a vigilância avançada e lançamento de explosivos, tudo com equipamentos baratos e fáceis de obter.
🇬🇧 The UK’s DragonFire laser has shot down high-speed drones in new trials, with above-the-horizon tracking and pinpoint accuracy at a kilometre. A £316m contract now pushes the system toward a Type 45 destroyer by 2027. pic.twitter.com/6sjHq1aYzH
— UK Defence Journal (@UKDefJournal) November 20, 2025
O problema tem afetado potências militares. A Marinha dos Estados Unidos, por exemplo, gastou quase um US$ 1 bilhão em mísseis para interceptar aparelhos simples lançados por rebeldes houthis no Mar Vermelho.
Os resultados britânicos animaram o governo, que assinou um contrato de US$ 413,7 milhões para produzir e instalar o DragonFire em navios da Marinha Real. A aposta é de que, com avanços recentes em engenharia, os lasers de combate finalmente deixem de ser protótipos instáveis e se tornem armas prontas para operar em cenários reais.
Para especialistas, o uso de lasers pode representar uma virada na defesa contra drones, substituindo métodos improvisados ainda comuns em campo, como armas de rede e sistemas portáteis de interferência.
Se o DragonFire cumprir o que promete, a guerra do futuro poderá ser travada não apenas com mísseis ou blindados, mas também com precisão milimétrica e disparos de luz quase silenciosos.
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