Ministra se revela a principal figura do julgamento de Paulo Dantas

Publicado em 15/10/2022, às 07h06

Redação

 

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Pela contundência das suas posições, a ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, foi a personagem principal da sessão da Câmara Especial do Superior Tribunal de Justiça, na quinta-feira, que confirmou o afastamento de Paulo Dantas (MDB) do cargo de governador e lhe atribuiu outras penalidades.

Até quem ousou criticar o seu posicionamento recebeu o troco de Laurita Vaz, que se referiu aos insatisfeitos como “pessoas inescrupulosas”, por tentarem desviar o foco da apuração das denúncias.

O senador Renan Calheiros (MDB), por exemplo, tentou desqualificar a ministra chamando-a de “bolsonarista”.

“Plantam veneno para colher os frutos estragados pela baixeza de seus argumentos falaciosos e mal-intencionados”, afirmou Laurita.

A ministra disse que se não tivesse tomado providências em virtude da proximidade das eleições teria, em tal situação, agido politicamente.

“Se eu tivesse me curvado a essa expectativa de retardo, se tivesse, como se diz por aí, ‘sentado em cima dos autos’ em razão das eleições, aí sim estaria agindo com viés político porque estaria esperando fato estranho aos autos de um inquérito em regular andamento para adotar medidas cautelares necessárias e urgentes para conclusão das investigações e ainda, mais ainda, para estancar a sangria desatada do dinheiro dos cofres públicos do Estado de Alagoas”, declarou, sem citar nomes.

E disse mais: “A desinformação é a principal arma daqueles que se valem de discurso vazio de conteúdo, sem nenhum compromisso com a verdade, para levantar dúvidas, realizar ataques baseados em mentiras deslavadas, usando a mídia para propagar sua própria versão dos fatos e manipular a opinião pública”.

Dos 15 ministros da Câmara Especial do STJ dois faltaram, o ministro Humberto Martins se absteve por questão de foro íntimo, 10 votaram pelas penalidades e dois foram favoráveis a Paulo Dantas.

Além do afastamento do cargo até 31 de dezembro, o governador recebeu as seguintes penalidades: sequestro de bens e valores até o limite de R$  54 milhões 36 mil, bloqueio de contas bancárias e suspensão da nomeação de 93  servidores “fantasmas” da Assembleia Legislativa com bloqueio das respectivas contas bancárias, proibição de Paulo Dantas ter acesso ao Palácio do Governo e à sede da ALE, além de proibição de manter contato com esses servidores e com os demais investigados.

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