Ministro da Educação tropeça feio no português durante entrevista

Publicado em 21/02/2017, às 17h30

Redação

 “Haverão mudanças, mas essas mudanças não ocorrerão em um curto prazo”, disse o ministro da Educação sobre o Enem em entrevista para Globonews na semana passada.

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O plural em “haverão” doeu agudamente no ouvido dos gramáticos já que, segundo o português padrão, o verbo haver, no sentido de ocorrer, fica sempre no singular. “  É sem plural, usado apenas na 3ª pessoa do singular: ‘haverá mudanças na Educação’”, corrige o professor de português Diogo Arrais.

O mesmo ocorre com o verbo fazer, quando tem sentido de tempo decorrido. Ou seja, o certo é dizer que, por exemplo, faz seis dias que o ministro cometeu esse erro crasso de português. Ao contar para alguém sobre o tropeço de Mendonça Filho na norma culta, se você disser que “fazem seis dias que ele deu a entrevista”,  cometerá o mesmo equívoco.

Segundo o professor Arrais, caso a frase tivesse sido proferida 200 anos atrás, a concordância estaria correta. “Há dois séculos, o verbo haver concordava com o sujeito, tinha plural. O que aconteceu foi a vinda da noção de impessoalidade, de verbos que possuem sujeito inexistente”, explica.

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