Alagoas

Modelo alagoana sofre queimaduras de segundo grau durante fotodepilação

| 10/09/19 - 08h09
| Foto: Reprodução / Instagram

Desde os 16 anos, a alagoana Laura Cavalcante faz fotos profissionais e ganha o próprio dinheiro por meio das redes sociais e de contratos de publicidade. A beleza da modelo, hoje com 23 anos, além de chamar atenção de milhares de seguidores no Instagram, é uma forma de empoderar mulheres negras, como ela.

Foi por meio da publicidade na internet que Laura foi convidada para fazer um tratamento de fotodepilação por uma clínica estética em Maceió, mas a cor da pele dela, e suas especificidades, não foram observadas pelas profissionais que a atenderam, e os danos causados pelo procedimento foram imensuráveis e irreversíveis.

Marcas deixadas pelo equipamento de depilação em julho ainda podem ser vistas agora, quase dois meses depois, e segundo avaliação médica, não vão sair completamente. A modelo sofreu queimaduras de segundo grau e ainda correu o risco de adquirir uma infecção.

Em entrevista à TV Pajuçara, ela contou que a clínica não fez uma avaliação adequada antes da depilação, não levou em consideração o nível de dor sentido durante o procedimento, e não prestou os devidos socorros após constatar as queimaduras.

"Compareci à clínica em julho. Fui antes para ser avaliada, e a avaliação foi olhar e tocar minha pele, e confirmar que dava pra fazer. Dois dias depois eu fui. A profissional começou a disparar a luz, e senti uma dor muito grande. Ela disse que era normal. Eu até pedi desculpas pelos espasmos que estava tendo. Quando ela retirou o gel, disse 'eita, tá doendo?'. Eu disse 'tá doendo muito'. Ela disse que tinham algumas regiões escurecidas, chamou outra profissional e elas começaram a passar e pomadas por cerca de 40 minutos. Comecei a tremer... Depois descobri que era perda de calor, aquilo anunciava um choque térmico. A dor estava insuportável, até que pedi pra parar e fui por minha conta para um hospital", relata.

Laura aguardava o resultado do diálogo entre seus advogados e a empresa, que não avançou, para falar sobre o assunto. Por isso, só há 6 dias ela postou fotos e o relato de todo o problema nas redes sociais, e teve mais de 10 mil curtidas e mais de 1500 comentários, até esta terça (10).

Ela ainda contou à TV Pajuçara que a clínica pagou a primeira consulta dela ao dermatologista e os primeiros medicamentos, apenas. A modelo pretende fazer um tratamento para acelerar a cicatrização, que custa R$ 20 mil, mas inicialmente vai ter que arcar com o valor sozinha.

Durante o tratamento, não poderá fazer fotos de biquíni, na praia, sob o sol, como costumava fazer, e inclusive já perdeu alguns contratos e um trabalho fora do Brasil.

Hoje, após a experiência traumática, Laura aconselha outras mulheres. "Fotodepilação não se faz em pele negra. Não acreditem na excelência de uma clínica só porque blogueiras vão nela. Procurem saber se a clínica é multiprofissional e está preparada para fazer uma avaliação adequada e primeiros socorros adequados. Atentem para a necessidade de realmente fazer procedimentos tão invasivos".

O TNH1 entrou em contato com a clínica por meio do telefone fixo, mas a atendente informou que a propritária não estava, e que iria pedir que ela retornasse a ligação.