Monitoramento de tubarões em Recife está parado há 4 anos

Publicado em 16/04/2018, às 08h07

Redação

O novo ataque de tubarão registrado na tarde desse domingo (15) na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes (PE), traz novamente à tona a falta de investimentos em pesquisa e monitoramento dos animais para evitar que banhistas e surfistas sejam alvos fáceis. Única “arma” para tentar evitar os ataques, a embarcação conhecida como Sinuelo, que capturava e levava os tubarões para o alto-mar, está parada há quase quatro anos.

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O potiguar Pablo Diego Inácio de Melo, de 34 anos, foi atacado numa das regiões consideradas mais perigosas. Foi lá, inclusive, o primeiro registro oficial de ataque de tubarão, em 1992, quando o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) começou a somar as ocorrências. Até agora são 64 vítimas de ataques, sendo 24 mortes.

De acordo com o portal JC Online, o Sinuelo também tinha a função de monitorar os animais, porque eles recebiam chips e tinham a trajetória no oceano rastreada. Se voltassem a se aproximar da costa, eles podiam ser novamente capturados. Durante dez anos, mais de 450 tubarões foram capturados e levados para o alto-mar. O ataque nesse domingo foi o segundo registrado na Região Metropolitana do Recife desde que o Sinuelo teve as atividades paralisadas. 

O convênio entre a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Secretaria de Defesa Social (SDS) foi encerrado em dezembro de 2014, após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) questionar o alto custo do contrato. Cerca de R$ 800 mil foram gastos naquele ano. Desde então, nenhum tipo de monitoramento é feito, nem a SDS deu previsão para que um convênio semelhante seja firmado.

INVESTIGAÇÃO

No mês passado, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um inquérito civil para investigar a relação entre a implantação do Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, e o aumento no número de ataques de tubarão na Região Metropolitana do Recife.

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