Eberth Lins
Uma operação de fiscalização realizada na última sexta-feira (29) em Porto de Pedras, no Litoral Norte de Alagoas, identificou irregularidades ambientais em uma obra nas proximidades do Rio Tatuamunha, conhecido por abrigar populações de peixe-boi marinho. A ação, conduzida pelas secretarias municipais de Meio Ambiente e de Obras e Infraestrutura, integra uma série de medidas adotadas pela prefeitura após a morte de dois peixes-bois registrada na última semana.
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Durante a vistoria, fiscais constataram o descarte inadequado de resíduos sólidos e despejo de materiais cimentícios em áreas de manguezal e em trechos próximos ao rio. Três empreendimentos foram inspecionados; apenas um apresentava irregularidades. O responsável pela obra foi autuado e multado em R$ 10 mil.
As infrações detectadas serão comunicadas ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e ao Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), órgãos que atuam no monitoramento e proteção do ecossistema local.
As mortes dos peixes
Duas mortes de peixes-boi marinhos foram registradas na última semana na base avançada do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio), em Porto de Pedras, o que acendeu um alerta entre os pesquisadores responsáveis pela recuperação da espécie no Brasil. Um terceiro animal, gravemente debilitado, precisou ser transferido para a unidade do CMA em Itamaracá, município pernambucano, onde recebe cuidados intensivos.
Ainda não há confirmação sobre as causas das mortes, mas uma possível contaminação da água por poluentes químicos é tratada como principal hipótese. Por precaução, a base foi temporariamente desativada e uma investigação técnica está em andamento com apoio de instituições como a APA Costa dos Corais, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste, o Ibama e outros órgãos ambientais.
Os peixes-boi que morreram eram conhecidos pelos nomes de Netuno e Paty. O terceiro animal, chamado Assú, teve o estado de saúde agravado, mobilizando protocolos emergenciais de resgate e transporte. Segundo os responsáveis, todos os esforços estão concentrados em garantir a sobrevivência do animal e entender o que causou o problema.
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