Mortes de Peixes-boi em Porto de Pedras levantam suspeita de contaminação ambiental

Publicado em 26/08/2025, às 10h01
Base de Conservação de Mamíferos Aquáticos em Porte de Pedras - Foto: Cortesia

Eberth Lins

Duas mortes de Peixes-boi marinhos registradas esta semana na base avançada do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio), em Porto de Pedras, Litoral Norte de Alagoas, acenderam um alerta entre os pesquisadores responsáveis pela recuperação da espécie no Brasil. Um terceiro animal, gravemente debilitado, precisou ser transferido para a unidade do CMA em Itamaracá, município pernambucano, onde recebe cuidados intensivos.

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Ainda não há confirmação sobre as causas das mortes, mas uma possível contaminação da água por poluentes químicos é tratada como principal hipótese. Por precaução, a base foi temporariamente desativada e uma investigação técnica está em andamento com apoio de instituições como a APA Costa dos Corais, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste, o Ibama e outros órgãos ambientais.

Os Peixes-boi que morreram eram conhecidos pelos nomes de Netuno e Paty. O terceiro animal, chamado Assú, teve o estado de saúde agravado, mobilizando protocolos emergenciais de resgate e transporte. Segundo os responsáveis, todos os esforços estão concentrados em garantir a sobrevivência do animal e entender o que causou o problema.

A base de Porto de Pedras é considerada estratégica para a conservação do peixe-boi marinho, espécie criticamente ameaçada de extinção. Desde a criação da base, 38 dos 50 peixes-boi já devolvidos à natureza foram soltos a partir da unidade, onde também ocorreram 20 nascimentos em cativeiro, números significativos para a recuperação da espécie no país.

Assista, abaixo, a um vídeo em que aparece o peixe-boi Assú, antes de ficar debilitado e ser transferido para tratamento:

 

O caso ocorre em meio a um trabalho de décadas liderado pelo CMA/ICMBio em parceria com a Associação Peixe-Boi e outras entidades, com foco na proteção desses mamíferos aquáticos e na reintrodução deles em seus habitats naturais.

Em nota, os responsáveis pelo projeto afirmam que seguem comprometidos com a transparência e reforçam que novas informações serão divulgadas conforme os laudos forem concluídos. A equipe técnica que atua em Porto de Pedras se declarou abalada emocionalmente com os acontecimentos, mas reafirmou o compromisso com a causa da conservação.

"Reforçamos nosso compromisso com a transparência e com o bem-estar dos animais sob nossos cuidados. Novas informações serão divulgadas à medida que os resultados das análises forem concluídos com apoio da APA Costa dos Corais/ICMBio, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste/ICMBio, IBAMA e outros órgãos estaduais e federais. Apesar desse momento desafiador, seguimos com a certeza de que cada vida salva e cada animal solto é uma vitória para o futuro da espécie. A história da conservação do peixe-boi marinho no Brasil é feita de resistência e esse compromisso permanece mais firme do que nunca", traz a nota conjunta.

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