MP de Goiás investiga caso de menino deficiente filmado comendo ração

Publicado em 06/07/2018, às 10h37

Redação

O Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) vai investigar o caso de um menino de 2 anos, deficiente, que é filmado comendo ração na vasilha do cachorro, na cidade de Trindade, região metropolitana de Goiânia. A polícia já está no caso.

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De acordo com informações de sites locais, uma ação do MP deve pedir que a criança seja afastada da família.

No vídeo, é possível ver o menino deitado de bruços no chão, enquanto tenta, com dificuldade, pegar a ração com a boca. Duas mulheres, que seriam a mãe e a tia-avó, conversam, riem e mandam que ele coma, enquanto uma delas filma toda a cena.

De acordo com a avó paterna da criança, ela recebeu o vídeo pelo WhatsApp há alguns dias, enviado pela própria tia-avó e, imediatamente, foi até a residência pegar o neto.

Ela denunciou o caso ao Conselho Tutelar de Trindade e a situação chegou à Polícia Civil e ao MP-GO. De acordo com a conselheira tutelar Kátia Casoni, em entrevista ao Balanço Geral Goiás, da Record TV, foi a mãe quem filmou tudo. Casoni afirma que houve maus tratos. “Vamos visitar e acompanhar a família para ver com quem a criança vai ficar”, diz.

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, que instaurou inquérito para investigar o fato, apurou que os pais do menino são separados e ele mora com a mãe e a tia-avó. Foi na própria casa que o vídeo foi gravado.

“Nós vamos apurar agora outros fatores. Como essa criança estava vivendo? Porque isso aí pode ter sido só a ponta do iceberg”, avalia o delegado Vicente Gravina.

A criança nasceu com uma doença rara e faz tratamento em uma clínica em Trindade e no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília.

Por meio da advogada de defesa, a família do menino emitiu uma nota em que lamenta as denúncias. Os familiares disseram que a criança é muito amada e bem cuidada. Confira na íntegra:

É como muita tristeza que a família, perplexa, assiste a divulgação do vídeo nos meios de comunicação, sem qualquer cuidado com a imagem da criança e de seus familiares. De fato, não houve qualquer intenção pejorativa ou maldosa na gravação das imagens, uma vez que a criança é muito amada e cuidada por todos que o cercam. Por crueldade e irresponsabilidade de sua avó paterna que, ao ter acesso ao vídeo em um grupo familiar, distorceu os fatos e lançou as imagens nas redes sociais de forma negativa, ganhando interpretação diversa do contexto real das gravações. Este fato está causando grande sofrimento e dor em todos que o cercam e dedicam integralmente seus dias em prol do seu bem estar. Desde já deixo registrado que a criança é bastante amada, bem cuidada e feliz, fato este que pôde ser claramente comprovado hoje após a visita do Conselho Tutelar e Cras.

Marcia Gabriele Sampaio Carvalho, advogada.

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