MPF recomenda que Prefeitura de Piaçabuçu preserve ecossistemas costeiros no Carnaval

Publicado em 27/02/2025, às 14h51
- Reprodução

Ascom MPF

O Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação à Prefeitura Municipal de Piaçabuçu (AL) para que adote providências visando à preservação ambiental durante o carnaval de 2025. A recomendação orienta que o município se abstenha de realizar atividades potencialmente poluidoras na Zona de Conservação da Vida Silvestre, sem a prévia anuência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

LEIA TAMBÉM

A medida é assinada pela procuradora da República Juliana Câmara, do núcleo de meio ambiente do MPF em Alagoas, e busca prevenir danos aos ecossistemas costeiros, especialmente os impactos causados pela poluição sonora e lumínica. A recomendação foi motivada pela incerteza sobre o planejamento das festividades carnavalescas e a preocupação de que o evento atinja áreas sensíveis da Área de Proteção Ambiental (APA) de Piaçabuçu.

O MPF destaca que o plano de manejo da APA proíbe atividades noturnas com uso de luzes intensas, como holofotes, fogueiras e faróis, devido aos efeitos prejudiciais à fauna local. Espécies marinhas, aves migratórias e tartarugas que desovam na região podem ter seus ciclos naturais gravemente afetados.

Entre as medidas da recomendação, o MPF orienta que a Prefeitura:

A atuação do MPF foi impulsionada pela ausência de resposta da Prefeitura, que foi oficiada, no dia 13 de fevereiro, para prestar esclarecimentos em 10 dias sobre o planejamento do evento e as providências para mitigar impactos ambientais, mas permaneceu silente. Além disso, há preocupação com a circulação de veículos na faixa de areia, tema que já foi objeto de recomendação específica pelo procurador da República Érico Gomes, com base em resolução do Conselho Estadual de Proteção Ambiental de Alagoas (Cepram/AL).

O MPF reforça que a proteção ambiental é um dever coletivo e que o princípio da prevenção deve orientar as decisões públicas, especialmente em áreas de alta sensibilidade ecológica. A preservação dessas áreas é essencial para garantir a biodiversidade e a sustentabilidade das comunidades locais.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

MPF recomenda suspensão de novas obras em área protegida da Laguna Mundaú Chauás: papagaios serão transferidos para reserva ambiental no Rio Niquim nesta segunda COP30 mobiliza 190 países em 120 planos de ação climática Maceió tem 11 trechos de praia impróprios para banho, aponta relatório do IMA