MPF recomenda que município alagoano retire do ar divulgação sobre curso de Medicina

Publicado em 08/05/2025, às 10h21
O MPF também orientou que o município se abstenha de fazer novos anúncios sobre a referida faculdade - Foto: Reprodução/Guia do Estudante

Ascom MPF

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou, nesta quarta-feira (7), que o município de Piaçabuçu retire das redes sociais postagens sobre a abertura do curso de Medicina e a oferta de vagas para o 2º semestre de 2025 pela Faculdade Carvalho Beltrão, localizada no próprio município. Também foi recomendado que a prefeitura publique, com o mesmo destaque, uma retratação esclarecendo que a faculdade não tem autorização para ofertar cursos de graduação.

LEIA TAMBÉM

A recomendação, assinada pela procuradora da República Júlia Cadete, tem como base resposta oficial do Ministério da Educação (MEC), que confirmou que a Faculdade Carvalho Beltrão não possui credenciamento para ofertar cursos superiores ou emitir diplomas. Além disso, o resultado do processo seletivo para autorização de novos cursos de Medicina só deve ser divulgado no final de maio de 2025.

Assim, é impossível que a faculdade já tenha sido aprovada. Divulgar vagas de cursos superiores ou usar o título de “faculdade” sem regularização no MEC pode induzir a população a erro e gerar falsas expectativas.

Além de retirar as publicações e divulgar uma retratação, o MPF orientou que o município se abstenha de fazer novos anúncios, firmar parcerias ou oferecer qualquer curso de graduação vinculado à Faculdade Carvalho Beltrão (ou a qualquer outra instituição) sem autorização formal do MEC.

O município tem 15 dias, a partir do recebimento da recomendação, para informar se vai acatar as orientações e detalhar as medidas adotadas. Caso não cumpra, o MPF poderá adotar outras medidas, incluindo responsabilização e ações judiciais.

Entenda o caso — A recomendação foi emitida após denúncia, que apontou publicações em redes sociais feitas por representantes municipais anunciando parceria com a Faculdade Carvalho Beltrão para oferta de vagas em Medicina e outros cursos na área da saúde.

Consultado, o MEC negou que a instituição seja credenciada e que apenas possui um processo regulatório em andamento. Para uma instituição funcionar legalmente e oferecer cursos superiores, ela precisa de credenciamento válido junto ao MEC, renovado periodicamente, além de autorização específica para cada curso, com reconhecimento e renovação a cada ciclo avaliativo.

Diante dessas informações, o MPF concluiu que a faculdade não tem autorização para operar ou oferecer cursos de graduação, inclusive Medicina, e recomendou que o município suspenda imediatamente as divulgações e esclareça a população.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Secretaria de Saúde afasta dez servidores após operação da Polícia Federal Homem morre carbonizado em incêndio na casa da ex em Alagoas Governador Paulo Dantas nomeia secretário interino da Saúde MPAL, MPF e DPE cobram da Sesau medidas para saúde da população negra