Redação
Atualizada às 11h
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O telefonema de uma pessoa que se identificou como médico do Hospital Geral do Estado, em que ela demonstra saber o nome, o quadro de saúde, os medicamentos administrados e até o tratamento realizado, levou a esposa de um paciente do hospital a depositar R$ 2780 na conta de um desconhecido.
O falso médico, segundo relatou a vítima ao delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito Policial, entrou em contato e teria informado que o paciente deveria passar por exames e procedimentos que o hospital não cobria.
Ele teria dito que a esposa precisava pagar o serviço “por fora”, no valor de R$ 1500, que foi depositado de imediato pela mulher na conta do falso médico. Em seguida, ele teria novamente entrado em contato, pedindo um complemento de R$ 1280, que também foi pago pela vítima.
O golpe só foi descoberto depois que o filho do paciente soube dos depósitos feitos pela mãe e desconfiou. A família procurou o 6º DP, nessa quarta-feira (20), que instaurou inquérito para investigar o crime.
“O que chamou atenção é que a pessoa sabia a enfermidade, a medicação e o tratamento que o paciente precisava”, disse Davino.
O delegado vai ouvir servidores e gestores do HGE para apurar como informações referentes a pacientes chegaram ao golpista ou, até mesmo, se ele é um servidor. “Ele sabe o telefone, o nome dos parentes... Alguém passa as informações”, concluiu.
Robervaldo Davino investiga se há outros casos registrados em Maceió e pede que os familiares de pacientes fiquem atentos a possíveis golpes. “Se receber uma ligação como essa, vá ao hospital, procure o médico. Não atenda ao pedido de depósito”, diz.
Denúncia
Por meio de nota oficial, o HGE se pronunciou afirmando que não solicita a nenhum paciente qualquer valor pata a prestação da assistência à saúde.
Ainda conforme a nota, o hospital solicita que caso haja alguma proposta de pagamento em troca do serviço hospitalar, o paciente ou familiar denuncie o caso às autoridades competentes e à gerência da unidade de saúde.
O HGE não se pronunciou sobre a suspeita de participação ou facilitação por parte de servidores.
Máfia das Funerárias
É a segunda vez só em janeiro que servidores do HGE são investigados por suspeita de envolvimento em atos ilícitos.
A primeira vez, no início do mês, foi quando a Polícia Civil desarticulou um esquema de rodízio de plantão feito por funerárias dentro do hospital. O esquema ficou conhecido como Máfia das Funerárias. O envolvimento de servidores não chegou a ser comprovado.
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