Mulher que ficou ilhada em MG diz que viu onda de lama passar a metros de casa

Publicado em 26/01/2019, às 08h23
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Grupos de brigadistas e voluntários atuam desde o início da tarde dessa sexta-feira (25) no resgate e amparo das vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. 

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Pelo menos dois grupos de brigadistas civis, que costuma atuar no combate a incêndios no Parque Estadual da Serra do Rola Moça, seguiram para Brumadinho logo no início da tragédia e percorreram a região em busca de sobreviventes. 

Um dos grupos atuou no resgate da família de Kelly Rodrigues Trindade, que saiu de casa às pressas e ficou ilhada junto com os pais e três sobrinhas pequenas no alto de um morro. 

Ela conta que foi avisada do rompimento da barragem por uma vizinha pelo telefone. Ao sair de casa, viu uma grande poeira e uma onda de lama passar a cerca de 100 metros da residência: "Na hora só pensei em correr junto com as meninas", diz Kelly.

Após horas de espera em cima do morro, a família foi encontrada pela brigadista Christiane Moreira e resgatada com ajuda de outros voluntários. Ela conta que os brigadistas enfrentaram grande dificuldade para acessar o local perto do acidente. "Quando a lama chegava no alto da coxa, a perna paralisava. Impedia qualquer movimento", diz. 

Outros grupos de voluntários ajudaram no amparo às famílias que ficaram desabrigadas ou estão com parentes desaparecidos.

A produtora de eventos Flávia Simão improvisou um abrigo em uma escola da rede pública municipal de ensino para acolher os desalojados logo após o rompimento da barragem. A mobilização ocorreu por meio de redes sociais. Em pouco tempo, colchões, água e comida foram encaminhados ao local.

No início da noite, após passarem toda a tarde no local, a Vale encaminhou 16 desabrigados para algumas pousadas da região. Gente sem ter para onde ir chega a todo instante na escola Carmela Caruso Aluotto, localizado no bairro de Casa Branca. "Grande parte do pessoal foi levado, mas está chegando gente o tempo todo. Precisamos de uma ambulância aqui", afirma.

O centro comunitário de Brumadinho, no centro da cidade, também tornou-se o principal ponto de encontro e apoio às famílias de mortos, feridos e desaparecidos com o acidente da barragem. 

Alimentado por um gerador, é um dos poucos pontos da cidade onde há energia elétrica na  cidade na noite desta sexta-feira (25). Água mineral, lanches e quentinhas foram distribuídas por equipes da Vale.

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