Mulher que matou marido e colocou corpo em freezer vai a júri popular em SC

Publicado em 19/10/2023, às 14h33
Claudia Tavares Hoeckler confessou ter matado o marido Valdemir Hoeckler | Reprodução -

Folhapress

A Comarca de Capinzal, no meio-oeste de Santa Catarina, decidiu, nesta quarta-feira (18), enviar para júri popular a mulher acusada de matar o marido e esconder o corpo da vítima em um freezer. O caso ocorreu em novembro de 2022, na cidade de Lacerdópolis.

LEIA TAMBÉM

Claudia Tavares Hoeckler foi denunciada pelos crimes de homicídio duplamente qualificado -pela asfixia e pelo emprego de recurso que impossibilitou a defesa a vítima- ocultação de cadáver e falsidade ideológica. A vítima era o marido da ré, Valdemir Hoeckler, um motorista que tinha 52 anos quando foi morto.

Segundo a denúncia, no dia do crime ela teria dopado o marido, amarrado os pés, as pernas e os braços dele, em seguida o teria asfixiado até a morte.

Em seguida, ela escondeu o corpo de Valdemir no freezer da casa em que os dois viviam juntos. No dia seguinte, Claudia foi até a delegacia da cidade para registrar boletim de ocorrência sobre o suposto desaparecimento da vítima.

Durante dias, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, vizinhos e voluntários empenharam-se nas buscas por Valdemir, sem sucesso. Em paralelo, a Polícia Civil efetuou outras diligências, tomou declarações da mulher e obteve autorização para perícia na residência do casal. Antes da averiguação, a investigada fugiu da cidade. O cadáver da vítima foi encontrado dentro do freezer, na casa da família.

Posteriormente, ela se entregou às autoridades. Em depoimento, confessou ter matado o marido, mas alegou que era ameaçada de morte e vítima de violência doméstica -ela já havia denunciado Valdemir por agressão em 2019 e solicitado medida protetiva contra ele na mesma ocasião. A polícia ainda não especificou o motivo pelo qual a ré matou o marido.

Em novembro de 2022, a Justiça de Santa Catarina mandou prender Claudia. Em agosto de 2023, a mulher teve a prisão preventiva convertida em medidas cautelares. Ela deixou a cadeia, mas deve fazer uso de tornozeleira eletrônica, comparecer à Justiça sempre que solicitada e justificar suas atividades todo os meses ao juízo catarinense.

O advogado de Claudia Tavares Hoeckler, Marco Alencar Júnior, afirmou que vai recorrer da decisão. "Há fortes elementos de prova de que a causa da morte não foi a asfixia e que a vítima tinha motivos para esperar uma agressão, já que mantinha um relacionamento com a acusada extremamente violento e psicologicamente doentio".

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Empresário assassinado tinha acabado de descobrir que seria pai Laudo da PF confirma que Bolsonaro usou solda para romper tornozeleira Novas regras para horários de entrada e saída de hotéis já estão valendo; veja o que mudou CCJ do Senado aprova PL da Dosimetria e texto vai ao plenário