Mulheres seguras: câncer de mama e outras doenças graves aumentam busca por seguro de vida entre público feminino

Publicado em 15/12/2025, às 17h36
- Imagem: Freepik

GILSON MONTEIRO

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Mulheres ganhando mais autonomia financeira, chefiando lares, comandando a própria vida. Seja por empoderamento financeiro ou por necessidade, esse cenário tem feito crescer a procura por seguro de vida pelo público feminino. Na esteira desse aumento, como mostram alguns números ao longo desta reportagem, o mercado segurador tem desenvolvido produtos específicos para essa fatia da população. De olho nas necessidades do público feminino, produtos como o seguro de vida mulher oferecem indenizações em vida em casos de diagnóstico de câncer de mama, útero, ovário e outras doenças graves, além de coberturas complementares e assistências que vão muito além do tradicional seguro de vida. 

Diante de um diagnóstico de câncer, o seguro de vida focado na mulher se mostrou muito mais que um produto financeiro, tornando-se uma ferramenta de proteção em momentos delicados de doenças graves. De acordo com levantamento da  Azos, insurtech especializada em seguro de vida, 67,6% das apólices contratadas em 2025 incluem cobertura para doenças graves. Um cenário que mostra que o seguro de vida começa a se torna aliado no autocuidado feminino, em um país onde somente este ano foram 74 mil novos casos de câncer de mama, como estima o Instituto Nacional de Câncer (Inca). 

Ainda de acordo com o levantamento da companhia, oito em cada dez mulheres contratam apólices com coberturas que podem ser utilizadas ainda em vida, justamente para lidar com imprevistos de saúde e assegurar tranquilidade diante de situações de vulnerabilidade.

EMPRESÁRIA RELATA COMO SEGURO DE VIDA AJUDOU A ENFRENTAR CÂNCER DE MAMA

A empresária Anely Gois é um exemplo de como o seguro de vida mulher e sua cobertura para doenças graves podem fazer a diferença em momentos decisivos. Ela conta que contratou o seguro ainda jovem, aos 25 anos, sem imaginar que precisaria acioná-lo tão cedo. “Em 2021, aos 30 anos, descobri um câncer de mama. Dei entrada na seguradora e recebi a cobertura de doenças graves”, relata.

Anely conta que o valor recebido foi fundamental para garantir mais segurança durante o tratamento, realizado em São Paulo, tanto pelo convênio quanto de forma particular. “Foi um divisor de águas para mim naquele momento, entre o tratamento e toda a mudança repentina de vida que precisei enfrentar”, afirma.

A indenização permitiu que ela tivesse mais tranquilidade para escolher médicos e o local onde faria o tratamento, além de ajudar a manter a estabilidade financeira. “Depois que fui para o INSS, perdi grande parte dos meus rendimentos, e o seguro complementou minha renda mensal”, destaca a empresária, que ainda hoje mantém em dia seu seguro de vida. “Sim, com toda a certeza!” 

MERCADO DE SEGUROS CAPTOU DORES DO PÚBLICO FEMININO

A segmentação do seguro de vida voltada especificamente para o público feminino representa um avanço importante no mercado de seguros no Brasil. Segundo o corretor Djaildo Almeida, esse movimento reconhece que as mulheres têm realidades financeiras, sociais e de saúde distintas, o que exige produtos mais personalizados e alinhados às suas necessidades.

“Essa evolução amplia o acesso à proteção, melhora o custo-benefício das coberturas e fortalece a educação financeira feminina”, explica o corretor de seguros Djaildo Almeida. Para ele, com as mulheres cada vez mais protagonistas das decisões financeiras, esse tipo de seguro se torna mais justo e eficiente, mantendo o corretor como peça-chave para orientar escolhas conscientes e garantir uma proteção efetiva.

Um dos principais diferenciais do seguro de vida mulher é a indenização em caso de diagnóstico de câncer feminino, como câncer de mama, útero e ovário. De acordo com Djaildo, essa cobertura tem grande potencial para impulsionar a procura pelo produto, especialmente diante do aumento desses casos no país.

“Ele oferece segurança financeira imediata em um momento de forte impacto emocional e econômico, ajudando a custear tratamentos, medicamentos, deslocamentos e até a manutenção da renda familiar”, destaca. “Ao tratar de um risco real e presente na vida de muitas mulheres, o seguro deixa de ser uma proteção abstrata e passa a ser visto como algo concreto e necessário”, acrescenta.

O corretor explica que é visível na clientela feminina a busca por produtos específicos. “Muitas mulheres chegam já conscientes de que querem coberturas específicas, como diagnóstico de câncer feminino, invalidez ou assistência financeira em caso de imprevistos, mas o que mais se destaca é o desejo de garantir que seus dependentes estejam amparados caso algo aconteça. Ou seja, a preocupação com a saúde é o gatilho inicial, mas a motivação principal acaba sendo a proteção completa da família e do patrimônio”, explica o especialista.

Um dos principais diferenciais do seguro de vida mulher é a indenização em caso de diagnóstico de câncer feminino, como câncer de mama, útero e ovário. Confira as coberturas mais comuns:

 

REALIDADE FINANCEIRA É QUEIXA RECORRENTE E PRECISA SER OUVIDA E ACOLHIDA, DIZ PSICÓLOGA

A psicologia endossa as palavras da alagoana Anely. A psicóloga Mariana Monteiro explica que um quadro de incertezas financeiras, diante do diagnóstico de uma doença grave, não apenas gera mais uma situação de estresse, como também tira o foco de concentração no próprio tratamento em si.

“Essa preocupação com os recursos financeiros diante de um tratamento dessa natureza, a incerteza financeira acaba sendo para essa mulher um poderoso estressor. Quando ela tende a se preocupar mais com esses gastos — como vai pagar o tratamento, como vai custear os gastos indiretos, transporte, alimentação — ao invés de se concentrar no que realmente importa naquele momento, que é a sua recuperação e o tratamento”, explica.

“E aí, com essa preocupação, vem o aumento da ansiedade, o aparecimento de quadros depressivos ou até o maior grau de intensidade desses quadros, e a energia mental que deveria ser usada para o enfrentamento da doença acaba sendo desviada para a gestão de dívidas, para a busca por recursos, levando ao esgotamento dessa mente e desse corpo, que precisariam estar no caminho contrário, no descanso, na pausa, na concentração”, acrescenta.

Para a especialista, a realidade financeira do paciente em momentos de tratamento de doenças graves é uma queixa recorrente no consultório.

“A preocupação com os gastos do tratamento é uma queixa recorrente e presente no processo terapêutico, trazida por essas mulheres que estão enfrentando um tratamento pós-diagnóstico, até mesmo na fase de suspeita. Elas trazem essa questão financeira. Até porque a gente sabe que o tratamento do câncer, muitas das vezes, é longo e caro”, afirma Mariana Monteiro.

“Trazendo para uma perspectiva psicológica, a gente compreende que não é só uma queixa prática do dia a dia. Na psicologia, essa queixa é um estressor psicossocial, uma queixa real, que precisa ser ouvida, acolhida e acompanhada. Porque ali, em meio a essas falas, existe o medo de não ter o suficiente para continuar o tratamento até o fim, além da preocupação de se tornar um fardo para a família, o que impacta diretamente na eficácia desse tratamento”, reforça a psicóloga.

 

MERCADO EMPODERADO: QUASE METADE DAS APÓLICES DE SEGURO DE VIDA SÃO CONTRATADAS POR MULHERES

As dores que fazem de Anely Gois uma segurada de produtos como o seguro de vida mulher são as mesmas de milhares de brasileiras. Um fenômeno que soma autonomia, empoderamento e a consciência de que educação financeira é necessária, sobretudo para mulheres que, durante muito tempo, viveram sob a égide de conceitos como o do “marido provedor”.

Os números do mercado (veja quadro abaixo) reforçam a crescente conscientização das mulheres sobre a importância do seguro de vida como instrumento de proteção financeira e cuidado com a saúde. Um dos dados mais expressivos de levantamento da Fenaprev/Dtafolha mostra que 92% das mulheres consideram o seguro de vida mais importante do que gastos supérfluos, evidenciando uma mudança de comportamento e maior prioridade para a segurança e o planejamento financeiro de longo prazo.

Já a Fenacor registrou que, apenas nos primeiros meses de 2025, a procura por seguros com cobertura de doenças graves (DG) avançou mais de 20%, superando o desempenho do seguro de vida individual tradicional, que registrou alta de 14,7%. E vale ressaltar um outro dado, este da Azos: 41,7%  das apólices de seguro de vida são contratadas por mulheres. 

 “Esse cenário reflete a realidade que, diante do aumento dos casos de câncer de mama, útero e ovário, essa cobertura traz segurança financeira imediata em um momento de forte impacto emocional e econômico, ajudando a custear tratamentos, deslocamentos, medicamentos e até a manutenção da renda familiar.”, avalia o corretor Djaildo Almeida.

FONTES: *Azos/ ** Fenacor / *** Fenaprev-Datafolha

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