Na Alemanha, entra em vigor lei que multa redes sociais por discurso de ódio

Publicado em 02/01/2018, às 16h01

Redação

Desde a última segunda-feira, 1, entrou em vigor na Alemanha uma lei aprovada em junho de 2017 que obriga as empresas de tecnologia a removerem conteúdos com discurso de ódio e notícias falsas das redes sociais em até 24 horas depois de notificadas. As companhias que não cumprirem as novas normas poderão ser multadas em até € 50 milhões.

LEIA TAMBÉM

A lei se aplica aos sites de mídia e redes sociais com mais de 2 milhões de membros. Facebook, Twitter e YouTube serão os principais afetados, mas a regra poderá ser aplicada ao Reddit, Tumblr e a rede social russa VK. Outros sites populares, como Vimeo e Flickr também poderão ser punidos caso descumpram a norma.

A lei alemã, chamada de Netzwerkdurchsetzungsgesetz (NetzDG), foi aprovada no final de junho de 2017 e passou a valer a partir de outubro. No entanto, as redes sociais tiveram até o final de 2017 para se prepararem para a chegada das novas regras.

O Facebook informou que contratou centenas de novos funcionários na Alemanha para conseguir lidar com as denúncias no país a tempo e ficar dentro da NetzDG. A maior parte do material denunciado precisa sair do ar depois de 24 horas, mas “casos complexos” poderão ser avaliados em até uma semana.

O Ministro da Justiça alemão disse que criará formulários no site do ministério para que os cidadãos possam denunciar quando as redes sociais não tiverem removido o conteúdo denunciado dentro do prazo estipulado.

Controvérsia. Sites como Facebook, Google e Twitter têm se tornado palco de discussões sobre o recente fluxo de refugiados da Síria para a Alemanha. O país, contudo, só se sentiu pressionado a tomar atitudes para evitar a disseminação de conteúdos impróprios nas redes sociais após uma série de denúncias de que as notícias falsas e os conteúdos racistas espalhados nas redes poderiam afetar as eleições nacionais de setembro.

A legislação, no entanto, tem sido bastante controversa, com alguns especialistas apontando que ela pode resultar em censura ou diminuição da liberdade de expressão na internet.

Por enquanto, a lei alemã é o exemplo mais extremo de regulamentação das redes sociais até agora. Em 2017, as principais redes sociais, como Facebook e Twitter, foram duramente atacadas após o público tomar conhecimento da proporção de propagandas e notícias falsas que circulam por esses sites.

No Reino Unido, políticos também têm criticado as redes sociais, dizendo que as empresas de tecnologia falharam em evitar a propagação de discurso de ódio e outros tipos de conteúdo ofensivo em suas plataformas. A Comissão Europeia, por sua vez, publicou diretrizes pedindo para os sites de mídias sociais agirem mais rápido na identificação e remoção de conteúdo com discurso de ódio.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Idoso atira no filho após reclamar de estar recebendo poucas visitas Brasileira que trabalha como babá em Portugal está desaparecida há 10 dias Relíquia da Segunda Guerra é encontrada em floresta após mais de 80 anos Ônibus com estudantes cai de penhasco na Colômbia e deixa 17 mortos