Flávio Gomes de Barros
Na 4ª feira passada o governo Lula foi surpreendido pela oposição, que assumiu a presidência e a relatoria da CPMI do INSS, e agora o Executivo tenta definir uma estratégia para lidar com o problema sem se expor.
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A relatoria ficou com o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil/AL), que em seu primeiro mandato tem se revelado uma figura importante da oposição.
Explica a jornalista Natalia Portinari: “Segundo fontes do governo federal, o perfil do deputado - ex-promotor de justiça e bolsonarista - pode causar estragos maiores do que se fosse um parlamentar de redes sociais ‘querendo aparecer’.”
Nesta terça-feira, 26, a CPMI se reuniu pela primeira vez para deliberar e foi o primeiro contato de Gaspar com parlamentares governistas, que concordaram em aprovar o plano de trabalho do relator.
“Não existiu nenhum acordo em relação a irmão de Lula. Todos que interessem à investigação deverão ser ouvidos. Nada de perseguição nem proteção”, revelou o parlamentar sobre esse encontro.
Ainda ontem, Alfredo Gaspar disse discordar da versão de que as fraudes em pensões e aposentadorias, razão maior da criação da CPMI, começaram no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro:
“Eu discordo quando se fala que as fraudes começaram no governo Bolsonaro. Essas fraudes tiveram início quando foram firmados os acordos de cooperação técnica sem mecanismos de integridade para os descontos previdenciários”.
E acrescentou o relator:
“Isso começou a partir de 1994, com os acordos de cooperação técnica. Mas não temos como voltar a esse período por dois fatores. O primeiro é a prescrição. Para que gastar tempo e dinheiro investigando algo que não resultará em punição? O segundo é que o volume de dados e o tamanho da investigação inviabilizam retroceder tanto. Por isso, estabeleci no plano de trabalho que a apuração começará em 2015”.
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