"Nunca demonstrou arrependimento", diz juiz sobre serial killer de Maceió

Publicado em 31/07/2025, às 09h23
Juiz comentou julgamento de serial killer com laudo psiquiátrico. - Foto: Cortesia/Ascom MPAL

Eberth Lins

Classificado pelas autoridades como um dos cinco assassinos em série mais perigosos do Brasil, o ex-carcereiro Albino dos Santos, conhecido como o "Serial Killer de Maceió", volta ao banco dos réus nesta quinta-feira (31) para ser julgado pelo assassinato de Ana Clara Santos Lima, adolescente morta em agosto de 2024, no bairro Vergel do Lago, em Maceió.

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Este é o terceiro julgamento do serial killer, que é acusado de 18 assassinatos e outras duas tentativas de homicídio na capital alagoana. O júri começou com o testemunho do dono da residência invadida por Albino Santos de Lima, na noite em que a adolescente foi morta.

O júri está sendo conduzido pelo juiz Yulli Roter, titular da 7ª Vara Criminal, que ainda antes de começar falou com a Rádio Pajuçara FM sobre o planejamento e previsão para leitura da pena. "Temos quatro testemunhas intimadas mais o interrogatório. Acredito que umas três da tarde já terá terminado tudo", disse o magistrado.

Anteriormente, Albino já foi condenado a mais de 37 anos de prisão pela morte do barbeiro Emerson Wagner da Silva, e a mais de 24 anos pelo assassinato da mulher trans Louise Gbyson Vieira de Melo.

"Cada pena que ele vai recebendo vai somando e a progressão é nesse tempo. Contudo, a pena máxima que ele pode cumprir é de 40 anos, há uma possibilidade dele cumprir todo esse tempo em regime fechado", explicou.

Roter também destacou o comportamento do réu durante os julgamentos. "Ele tem um comportamento adequado aqui, respeitoso com todos presentes. Nunca deu nenhuma alteração, lemos a sentença e ele permanece em silêncio".

A frieza com que o homem relata as mortes também foi comentada pelo magistrado. "Nunca demonstrou arrependimento pelos que fez, ele confessa e alega nos julgamentos que na cabeça dele [as vitimas] eram pessoas envolvidas com o tráfico e que ele estava fazendo o papel de justiceiro", disse.

Por fim, o magistrado comentou a repercussão do caso e a importância pedagógica do julgamento. "Uma oportunidade para os estudantes acompanharem do início ao fim a justiça sendo feita. Para o Direito, para a história, são julgamentos importantes e que marcam", complementou. 

Ele ainda mencionou que os autos do processo incluem um laudo apontando traços de psicopatia no réu.

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