Redação
Texto de Percival Puggina, em seu blog:
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“Compreender para resolver. É disso que se trata.
Faça o seguinte: espalme as duas mãos e abra os dedos; em seguida, aproxime as mãos e junte-as, cruzando os dedos; feche os dedos. Você tem diante dos olhos um perfeito símbolo de unidade. E, devo complementar, uma representação visual do que acontece no Brasil enquanto a política se judicializa e a justiça se politiza.
O senador Randolfe Rodrigues é, apenas, a expressão mais simples do primeiro fenômeno, que ganhou crescente expressão no país: a política sendo feita mediante o STF (ou TSE), fora do parlamento e fora da sociedade. Por outro viés, a sequência de palavras e obras, ações e omissões dos tribunais superiores intervindo com regularidade no cotidiano da política representam o segundo fenômeno. Para o quadriênio recém-iniciado, o petismo alcançou a plenitude dessa unidade.
Lembre de tudo que você leu, viu e ouviu sobre discurso de ódio e gabinete de ódio. Observe que toda essa malhação teve como foco manifestações recolhidas nas cada vez mais patrulhadas e menos significativas redes sociais. Quer ver ódio mesmo, para valer? Compare isso com o que desde a eleição de Lula povoa os discursos oficiais, as entrevistas, e as ações concretas dos donos do poder.
Estimados leitores. De nada vale chorar o leite derramado. O céu não vai se abrir; o Altíssimo não vai empalmar as rédeas do Brasil e de nada vale esbofetear os fatos. Está mais do que provado: as redes sociais, mesmo que não estivessem controladas, por sua dispersão e deficiências técnicas perderiam para o poder de comunicação cotidiano das milícias jornalísticas empresariais.
Nós somos a razão de nossa esperança ou desespero. Eu jogo no primeiro time. Sei que no sulco aberto pela Lava Jato o ceguinho conservador e liberal achou um vintém. Quase um acaso! Agora é arregaçar mangas, deixar cair as escamas dos olhos e, como Paulo, infiltrar o coração do Império. Criar movimentos, promover eventos, motivar lideranças, formar líderes (especialmente líderes jovens), criar partido de direita (sem extrema direita e sem centristas), mobilizar instituições privadas, infiltrar instituições públicas, entrar nas universidades, enfrentar o sistema dentro do sistema, apoiar nossa maioria na Câmara dos Deputados, eleger em 2024 nossos vereadores e prefeitos, diminuir a influência dos partidos do Centrão para reduzir o balcão dos negócios e o número dos negocistas (são eles que nos derrotam no Senado). Centro direita e centro são pura enganação.
Lembrete final: não adianta chutar o balde; o leite já derramou.”
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