Redação
Escrevi neste mesmo blog, há poucos dias, sobre o indecoroso conluio entre Executivo e Legislativo para a aprovação de matérias de interesse do gestor de plantão – seja presidente da República, governador de Estado ou prefeito municipal.
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Expliquei, na ocasião, que a prática não é nova e que foi consagrada quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) “vendeu a alma”, para usar um linguajar popular, para ganhar um segundo mandato consecutivo de presidente do Brasil, que contemplou também governadores e prefeitos.
Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro vieram a seguir e mantiveram a mesma prática, sempre “em nome da governabilidade”
A vergonha se repete agora, no terceiro mandato presidencial de Lula (PT), quando o segundo “Pai dos Pobres” – o primeiro a ostentar tal referência foi Getúlio Vargas – escancara a espúria relação com o Congresso, abrindo os cofres para a liberação de recursos, via emendas parlamentares.
Até um certo tempo atrás havia um certo pudor nessa relação Executivo-Legislativo, pois a troca de favores se dava através da distribuição de cargos, independentemente dos méritos dos nomeados, para a obtenção dos objetivos pretendidos.
A sistemática mudou para pior: agora o que vale é dinheiro na conta.
Para aprovar projetos do seu interesse no Congresso, o presidente Lula se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ouviu suas reivindicações e imediatamente mandou seu ministério liberar emendas parlamentares para a Câmara e para o Senado.
Um total de R$ 6,5 bilhões para a Câmara e R$ 3,5 bilhões para o Senado.
O que antes seria um escândalo hoje não passa de uma prática trivial, corriqueira.
Essa é a forma moderna de “convencimento” da classe política, consagrada cada dia mais no nosso belo e desavergonhado Brasil.
Azar da minha geração, que sempre ouviu dos mais velhos que “o homem que se vende não vale o que recebe” e hoje tem de aturar esses absurdos.
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