O que é intersexo, diagnóstico da influenciadora Karen Bachini

Publicado em 22/03/2023, às 16h36
Reprodução / Youtube -

Gabriella Sales / Folhapress

Em vídeo publicado nas redes sociais nesta terça-feira (21), a influenciadora Karen Bachini anunciou que é uma pessoa intersexo. O termo é utilizado para definir pessoas que apresentam diferenças no desenvolvimento sexual tradicional, mas essa condição ainda é pouco conhecida pela população geral.

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Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), cerca de 0,05% a 1,7% da população mundial nasce com características intersexuais. Essas características, porém, podem ser diferentes em cada indivíduo e não tem relação com gênero e sexualidade.

O QUE CARACTERIZA PESSOAS INTERSEXO? - As características do sistema reprodutor -desde a formação da genitália até as gônadas que produzem hormônios femininos ou masculinos- são determinadas pelos cromossomos sexuais.

De maneira geral, pessoas do sexo masculino possuem cromossosmos XY, enquanto o sexo feminino o padrão é XX.

Em pessoas intersexo, ocorrem alterações que modificam o desenvolvimento dos órgãos, e algumas das características do sexo biológico podem não ser tão demarcadas.

"O termo médico para isso é DDS (Diferenças no Desenvolvimento Sexual)", afirma o endocrinologista Júlio Américo, membro da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo) e voluntário nos ambulatórios de Transgeneridade e de DDS/Intersexo da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

"Quando essas diferenças causam interferências clínicas ou sociais, muitas pessoas passam a se denominar de intersexo", diz.

DIFERENTES TIPOS - Segundo Américo, existem diferentes tipos de intersexualidade. Existe uma categorização científica, mas "cada caso é um caso". Em alguns tipos, há alteração na genitália, em outros apenas nos órgãos internos ou na produção hormonal.

Em todos os casos, é recomendado o acompanhamento com profissionais especializados para evitar problemas de fertilidade, desconfortos na vida sexual e riscos ligados à produção hormonal.

COMO É FEITA A IDENTIFICAÇÃO - A identificação de uma pessoa intersexo pelos profissionais da saúde pode ser feita de diversas maneiras, e depende de suas características e problemas apresentados.

Quando há uma genitália atípica, a investigação começa a partir do momento em que o pediatra identifica essa diferença. "Em outros casos, a investigação começa mais tarde, quando há diferenças na puberdade, ausência de menstruação, ou problemas de fertilidade, por exemplo", diz Américo.

IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO MÉDICO - O especialista afirma que o acompanhamento é importante desde a infância para identificar e buscar tratar alterações hormonais que possam trazer prejuízos no futuro.

O acompanhamento precoce pode evitar insatisfações com altura ou riscos de desenvolvimento de tumores em certos tipos de intersexualidade. Porém, "em alguns casos, nenhuma terapia é necessária", afirma.

Américo ressalta que intervenções cirúrgicas são recomendadas quando o paciente está insatisfeito ou quando há problemas de fertilidade. Em crianças, pode-se esperar até que o paciente tenha idade para consentir.

"Normalmente, os maiores problemas vêm da falta de compreensão da sociedade", relata o especialista.

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