O que é vitiligo? Entenda a doença autoimune do ator Renato Góes

No Brasil, aproximadamente 1 milhão de pessoas convivem com o vitiligo, doença autoimune que o ator Renato Góes revelou ter desde a infância. Os dados são da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que alerta que a condição, embora não cause prejuízos à saúde física nem seja contagiosa, ainda carrega forte impacto emocional e social sobre quem convive com ela. 

Mas, o que é o vitiligo? Trata-se de uma doença autoimune e genética, identificada pela perda da coloração da pele. A falta ou ausência de melanócitos – células responsáveis pela produção da melanina, pigmento que “colore” a pele-- provoca a aparição de manchas brancas em diversas partes do corpo.

Além da predisposição genética e do forte componente inflamatório, traumas emocionais e físicos na pele também podem desencadear as lesões, como destaca o órgão, que acrescenta que o aspecto emocional não deve ser visto apenas como uma possível causa, mas também como uma consequência.

“O impacto emocional não se limita ao início da doença. O preconceito e as mudanças na aparência provocam sofrimento psicológico, o que pode agravar ainda mais o quadro”, afirma Ivonise Follador, médica dermatologista da SBD.  

O ator que dá vida a Ivan Meireles no remake de Vale Tudo (Globo), por exemplo, relatou que as manchas brancas na coxa lhe causaram muita "vergonha", principalmente na adolescência. “Eu ficava envergonhado. Na escola, ia só de calça. Na praia, de bermuda", disse Renato Góes, em seu primeiro pronunciamento sobre o tema.

Você sabia?

O único sintoma do vitiligo são as manchas, mas, em alguns casos, os pacientes podem sentir coceira leve. Há dois tipos da doença: 

• Segmentar ou Unilateral: surge em uma parte do corpo, geralmente ainda na juventude. Os pêlos e cabelos também tendem a ficar brancos; 
• Não segmentar ou bilateral: esse é o tipo mais comum e costuma se desenvolver de maneira generalizada. Normalmente, as manchas começam a aparecer nas mãos e nos pés. Além disso, acontecem ciclos de perda de cor e estagnação, que ocorrem durante a vida inteira e se tornam maiores com o passar do tempo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo, não existem comprovações científicas para evitar o vitiligo, mas algumas ações podem retardar o aparecimento de novas lesões, como evitar a exposição solar duradoura e os ferimentos na pele. 

"A fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb) é indicada para quase todas as formas de vitiligo, com resultados excelentes, principalmente para lesões da face e tronco. Pode ser usada também a fototerapia com ultravioleta A (PUVA). Laser e técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos também são opções", conta a dermatologista Jade Cury.

A tentativa de tratamentos sem acompanhamento médico pode levar a frustrações e a reações adversas graves. Portanto, procure um dermatologista ao perceber os primeiros sinais da doença, pois cada caso é avaliado individualmente e encaminhado para o devido tratamento. 

Vitiligo entre famosos

O caso de vitiligo mais conhecido mundialmente é o de Michael Jackson (1958-2009). De acordo com o biógrafo J. Randy Taraborrelli, o cantor recebeu o diagnóstico em 1983, mas o Rei do Pop contou abertamente sobre a doença apenas em 1993 durante uma entrevista para a apresentadora Oprah Winfrey. 

Entre as celebridades internacionais que já revelaram conviver com a doença estão a modelo canadense Winnie Harlow e o ator norte-americano Thomas Lennon. No Brasil, Luiza Brunet, o rapper Rappin Hood, o ator Igor Angelkorte e a ex-bbb Natália Deodato viraram símbolo da conscientização do vitiligo.