O que o pum fedorento ou muito frequente pode indicar sobre saúde e rotina

Publicado em 28/08/2025, às 09h11
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Redação

Todo mundo solta pum. Pode ser motivo de risada, vergonha ou até de constrangimento numa reunião, mas a verdade é que o ato de liberar gases —também chamados de flatos— é parte inevitável do funcionamento do corpo humano, do bebê ao idoso.

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Esses gases são produzidos pelas bilhões de bactérias que vivem no trato digestivo, responsáveis por quebrar carboidratos, gorduras e proteínas dos alimentos durante a digestão. A fermentação que ocorre no processo de absorção de nutrientes e formação do bolo fecal gera, inevitavelmente, a produção de gases.

Afinal, quantos puns por dia são normais? Quando o excesso pode ser sinal de problema? E por que alguns fedem mais do que outros?

Quantos puns por dia são normais?

Em média, uma pessoa elimina entre 10 e 20 flatos por dia —alguns estudos indicam que essa faixa é de 14 a 18 por dia.

Um fator decisivo na produção de gases é o equilíbrio da flora intestinal. Quando há um desequilíbrio nas bactérias do intestino — condição chamada de disbiose— a fermentação aumenta, gerando mais gases e odores mais intensos.

Por que alguns fedem mais do que outros?

Apesar da fama, a maioria dos puns não tem cheiro. Isso porque 99% do seu conteúdo é formado por gases inodoros: nitrogênio, oxigênio, dióxido de carbono, hidrogênio e metano.

O mau cheiro vem do 1% restante, formado por compostos de enxofre, como o sulfeto de hidrogênio. A intensidade do odor depende fortemente da dieta: alguns alimentos favorecem a produção desses compostos fedorentos.

O que mais causa gases?

A lista de vilões é extensa e inclui alimentos como brócolis, couve-flor, feijão, cebola, alho, repolho, milho, batata, maçã, melancia, aspargos, laticínios, ovos, cerveja escura e bebidas gaseificadas.

Carboidratos de difícil digestão chegam em maior quantidade ao cólon, onde as bactérias fazem a festa. Proteínas como a carne de porco também podem produzir enxofre. Além da alimentação, entram na conta fatores como sedentarismo, constipação, intolerância à lactose, uso de antibióticos, chicletes, adoçantes e até medicamentos como a metformina.

Comer rápido, não ter uma alimentação adequada ou exagerar em gorduras e farinhas só piora o quadro.

Quando o pum pode indicar doença?

Na maioria dos casos, excesso de gases não é sinal de problema. Mas se a pessoa solta mais de 25 puns por dia, pode ser recomendável procurar um especialista para investigar possíveis causas.

O alerta acende quando os gases vêm acompanhados de sintomas como perda de peso, diarreia crônica, dor abdominal, sangramento nas fezes, vômito com sangue, anemia ou icterícia.

Outro ponto curioso: muitas pessoas que reclamam de "gases em excesso" não produzem mais do que a média — elas apenas sentem mais desconforto. Esse é o caso de pacientes com síndrome do intestino irritável ou constipação crônica, que têm maior sensibilidade ao acúmulo de gases.

Segurar pum faz mal?

Evitar soltar gases pode provocar distensão intestinal, aumentando a pressão dentro do abdome e causando desconforto. A contração constante do músculo do ânus para segurar flatos também pode, ao longo do tempo, levar a problemas como fissuras anais.

Em resumo: melhor deixar sair.

O que pode ajudar?

Alguns recursos podem aliviar o problema. Pastilhas de carvão ativado ajudam a neutralizar odores, mas podem interferir na absorção de medicamentos. O suplemento beano reduz a formação de gases, enquanto o salicilato de bismuto ajuda nos casos de flatos com mau cheiro.

No fim das contas, a melhor estratégia ainda é manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos e investigar intolerâncias ou doenças intestinais em consultas médicas regulares.

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