Oficina de Sabores no Balanço das Águas: um encontro para ficar na memória

Publicado em 12/08/2025, às 11h41
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Assessoria

A pergunta que ficou no ar após o último dia foi: quando será a próxima? A primeira edição da Oficina de Sabores no Balanço das Águas, realizada de 4 a 11 de agosto no povoado da Ilha do Ferro, em Pão de Açúcar, conquistou moradores, turistas e profissionais da gastronomia. Todos foram unânimes: que venha a segunda edição do projeto, que tem como objetivo deixar o destino turístico do Rio São Francisco ainda mais saboroso.

O evento foi uma realização do Museu Coleção Karandash e do Ministério da Cultura, com patrocínio da Magazine Luiza (Lei de Incentivo à Cultura) e Sebrae Alagoas. Contou ainda com apoio cultural do Senac Alagoas, Tintas Miracor, Prefeitura de Pão de Açúcar, Boi de Engenho, Verdes Mares Distribuidora e Pimenta Preta 52.

A comunidade de cerca de 500 habitantes viveu dias intensos, com oficinas de gastronomia, palestras e a exposição do Barco Museu. Na abertura, o Baião de Todos os Chefs serviu a tradição nordestina para 300 pessoas. No encerramento, a visita de estudantes à exposição no barco-museu coroou uma semana de integração e aprendizado, marcando a primeira vez que chefs e microempreendedores, estudantes, merendeiros, cozinheiros, empresários e moradores dividiram o mesmo espaço criativo.

Entre as histórias que nasceram dessa troca está a de Dona Lucia Souza, empreendedora que transformou sua casa em restaurante famoso pelo ceviche de piranha. Participante da oficina com o chef Wanderson Medeiros, já planeja incluir no cardápio um arroz de piranhas. “Amei as receitas de carne de sol com creme de leite e arroz de peixe no caldo de piranhas”, contou.

Outra participante, Luciana Souza, dona da Pousada Cacto, destacou que o projeto chegou em um momento estratégico para o turismo local. “A Ilha do Ferro é carente em opções gastronômicas. A palestra do chef Antônio sobre pescados locais abriu nossa mente para novas possibilidades”, disse.

As criações surpreenderam: o chef Picuí mostrou que com queijo coalho se faz desde pirão e incrementou o escondidinho; Thiago Brandão ensinou a receita de pão caseiro que também vira pizza; Mariana Bernardes saiu da feira de Pão de Açúcar com quiabo, maxixe, cebola roxa e beterraba para preparar conservas; Antônio Mendes apresentou hambúrguer de peixe e arroz de bode; e o convidado Madu comandou um almoço coletivo que reuniu participantes e comunidade.

Além da programação culinária, o Barco Museu recebeu visitantes locais e turistas, enquanto as palestras sobre gastronomia, turismo e economia criativa ampliaram o diálogo sobre desenvolvimento regional.

Depoimentos

Para Maria Amélia, coordenadora do projeto, a edição inaugural é apenas o começo. “A comunidade e os chefs abraçaram o projeto. Tivemos receitas inovadoras com insumos comprados na feira local. Turistas, moradores e até quem não estava inscrito nas oficinas participaram e aprovaram. Em 2026, queremos repetir a dose, com patrocínio da Magazine Luiza e do Sebrae, além dos apoios do Senac, Tintas Miracor, Prefeitura de Pão de Açúcar, Boi de Engenho, Verdes Mares e Pimenta Preta 52. E tenho certeza de que novos parceiros vão abraçar a Oficina de Sabores no Balanço das Águas, porque a primeira edição ficou com gostinho de quero mais”, afirmou.

As empresárias do Além dos Cânions, Maria Moreira e Jéssica Oliveira, atentas e curiosas, elas acompanharam a palestra inspiradora da chef Mariana e as aulas práticas do chef Antônio, onde puderam observar a importância de tratar cada ingrediente com o respeito que merece, valorizando com carinho e criatividade aquilo que está à mesa todos os dias. Elas se surpreenderam com as várias formas criativas de enaltecer os ingredientes utilizados no dia a dia. Presenciar a criatividade fluir sem limites — dando vida a receitas inovadoras como picles artesanais, maionese de cacto, hambúrguer de peixe, arroz de bode, pães e caldos aromáticos repletos de sabor para o preparo de outros pratos —, para elas, representa a nova era da gastronomia.

“Valorizar a culinária brasileira e, em especial, a alagoana, com aquele pezinho no Sertão de Meu Deus, abençoado pelas águas do Velho Chico, se mostrou não apenas necessário, mas transformador. Esse tipo de iniciativa é fundamental para que novas ideias possam brotar das mãos ribeirinhas, perpetuando tradições e criando novas possibilidades culinárias para enriquecer ainda mais a vivência na Ilha”, disse Maria.

“Saímos de cada atividade com o coração aquecido e o paladar expandido, carregando a certeza de que presenciamos algo muito maior do que uma oficina culinária. Testemunhamos o nascimento de novas possibilidades, o fortalecimento de uma comunidade e a celebração daquilo que nos une: o amor pela boa comida e pela arte de transformar ingredientes simples em momentos extraordinários. Foi como se tivéssemos tocado, mesmo que por poucos dias, a essência mais pura do que significa nutrir e ser nutrido… não apenas o corpo, mas a alma da gente, sabe?!”, finalizou a empresária.

Números da 1ª Oficina de Sabores no Balanço das Águas

Baião de Todos os Chefs: 300 pessoas

Oficinas de Gastronomia: 50 participantes (microempreendedores, estudantes, merendeiros, cozinheiros, empresários e moradores locais)

Palestras: 60 participantes (jovens, turistas, visitantes e comunidade)

Exposição do Barco Museu: 200 visitantes

Produção do evento: 20 profissionais

Chefs convidados: 5

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