Oi pede recuperação judicial de R$ 65 bilhões, a maior da história do Brasil

Publicado em 20/06/2016, às 19h28

Redação


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Com dívidas que somam R$ 65,4 bilhões, a empresa de telecomunicações Oi entrou com pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (20), a maior da história do Brasil.

O pedido foi feito após fracassarem as negociações com detentores de bônus para tentar reestruturar de forma organizada as dívidas.

O grupo Oi é formado pelas seguintes empresas: Oi Móvel S.A.; Telemar Norte Leste S.A.; Copart 4 Participações S.A.; Copart 5 Participações S.A.; Portugal Telecom International Finance BV; e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A.

Em fato relevante, assinado por Flavio Nicolay Guimarães, diretor de Finanças e de Relações com Investidores, a maior concessionária de telecomunicações do Brasil afirmou que a medida visa, entre outros objetivos, proteger o caixa das empresas do grupo, preservar o valor das empresas e manter o serviço oferecido aos clientes.

O pedido vem após a Oi ter anunciado na última sexta-feira (17) que ainda não havia obtido acordo com detentores de bônus para uma reestruturação financeira, conversa intermediada pela Moelis & Company. Segundo a Oi, 60% de seus recebíveis estavam penhorados a bancos brasileiros.

"Considerando os desafios decorrentes da situação econômico-financeira das empresas Oi à luz do cronograma de vencimento de suas dívidas financeiras, ameaças ao caixa das empresas com iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais, e tendo em vista a urgência na adoção de medidas de proteção das empresas, a companhia julgou que a apresentação do pedido de recuperação judicial seria a medida mais adequada neste momento", diz trecho do documento (acesse aqui o Fato Relevante completo).

O pedido de recuperação acontece dias após o presidente-executivo da Oi Bayard Gontijo ter renunciado à presidência da operadora, em meio a discordâncias com sócios portugueses do grupo sobre a forma de reestruturação financeira da companhia.

"O pedido de recuperação foi ajuizado em razão dos obstáculos enfrentados pela administração para encontrar uma alternativa viável junto aos seus credores", afirmou a Oi.

Segundo a companhia, as atividades operacionais seguirão normalmente e não haverá demissões. Além disso, o foco em investimentos para melhora da qualidade dos serviços será mantido, assim como as metas operacionais para 2016.

O pedido de recuperação judicial será deliberado em assembleia geral de acionistas. A empresa não informou para quando elas estão previstas.


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