Oito PMs são suspeitos de forjarem confronto para matarem 4 jovens em GO

Publicado em 08/03/2024, às 13h01
Reprodução / TV Anhanguera -

Folhapress

Oito policiais militares de Goiás são investigados de forjarem um confronto para justificar o assassinato de quatro jovens, ocorrido em 2022, em Rio Verde.

LEIA TAMBÉM

Os militares justificaram as mortes ao fato de as vítimas terem furado um bloqueio policial em alta velocidade na GO-210, o que teria provocado uma perseguição, seguida por troca de tiros. Entretanto, o confronto nunca existiu e o veículo usado pelos jovens não estava em alta velocidade, segundo explicou o delegado da Polícia Civil de Rio Verde, Adelson Candeo.

Na ocasião, os agentes da Polícia Militar do estado alegaram que socorreram os quatro jovens e os levaram a um hospital. As vítimas, na versão dos militares, teriam chegado com vida à unidade de saúde, mas morreram. Contudo, todos os quatro ocupantes do carro já estavam "nitidamente mortos" ao chegarem no hospital e os policiais teriam coagido um médico a atestar a versão dos militares, segundo a investigação.

"Segundo ele [o médico], as quatro vítimas chegaram nitidamente mortas e era evidente que já tinham morrido há algum tempo. E que ele foi coagido por esses militares a dar esse relatório médico dizendo que elas estavam vivas", disse o delegado em entrevista à TV Anhanguera.

Ainda segundo o delegado, o carro das vítimas foi flagrado por câmeras de segurança cerca de 1 hora depois da abordagem policial. "Se eles já tinham sido abordados e se os militares realmente estavam conduzindo esse veículo, esses quatro envolvidos estavam em poder da viatura", afirma.

Os policiais militares se recusaram a participar de uma reconstituição do caso, mas isso não atrapalha as investigações, segundo o perito da Polícia Científica Paulo Lima. À TV Anhanguera, ele contou que as informações colhidas na investigação mostram "que, na verdade, a versão inicial apresentada [pelos agentes] não é compatível com os elementos até aqui apurados".

O UOL entrou em contato com SSP (Secretaria de Segurança Pública) de Goiás e com a Polícia Militar do estado para pedir um posicionamento, mas não obteve. Como os agentes não tiveram os nomes revelados, não foi possível localizar suas defesas. O espaço segue aberto para manifestação.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Entenda o fim da escala 6x1 e o que deve mudar na rotina dos trabalhadores no país Funcionários de limpeza das salas VIP eram usados para tráfico de drogas no aeroporto de Guarulhos Após ventania, São Paulo tem 1,5 milhão de clientes sem energia VÍDEO: suspeito de jogar mulher do 10º andar chorou ajoelhado diante do caixão