Omeprazol pode causar demência? Veja o que diz a Ciência

Publicado em 23/10/2025, às 10h39
Diversos estudos já analisaram uma possível relação entre o uso indiscriminado dos medicamentos e o declínio cognitivo de pacientes - Foto: Freepik

Redação

O omeprazol é um medicamento utilizado por milhões de pessoas no mundo todo, inclusive no Brasil. Ele é recomendado para o tratamento de úlceras no estômago e intestino, mas cada vez mais evidências apontam que o uso indiscriminado do fármaco pode causar problemas de saúde.

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Um estudo chegou a sugerir que o remédio (e outros inibidores de bomba de prótons (IBPs), como pantoprazol e esomeprazol) pode estar ligado ao desenvolvimento de demência em pacientes. Mas o que há de real nisso?

Ligação é indireta e efeitos podem ser revertidos - Especialistas ouvidos pelo G1 explicam que o trabalho era observacional. Isso significa que não foi provada uma relação de causa e efeito. Além disso, pesquisas mais amplas, incluindo uma com mais de 250 mil pacientes, não confirmaram esta associação. Há, no entanto, uma ligação indireta entre o uso indiscriminado do omeprazol e a demência.

É uma relação indireta: o remédio não causa o problema cognitivo, mas pode facilitar uma deficiência que interfere no metabolismo cerebral.

Iago Navas, neurologista da Clínica Sartor

O especialista destaca que o ácido gástrico é fundamental para liberar a vitamina B12 dos alimentos. Quando ele é suprimido por muito tempo, como acontece nos tratamentos com o medicamento, a absorção diminui, o que está associado a sintomas como fadiga, formigamento, lapsos de memória e dificuldade de concentração. A reposição da vitamina, no entanto, pode reverter este cenário.

Medicamento deve ser usado de forma controlada
Os especialistas afirmam que o omeprazol não deve ser tratado como vilão. A recomendação é que o medicamento seja utilizado de forma controlada e por tempo definido. Raphael Brandão, oncologista clínico e diretor da Clínica First, é enfático: “o objetivo é usar a menor dose, pelo menor tempo possível, e sempre com reavaliação médica”.

O uso prolongado do remédio está associado a maior risco de infecções intestinais e a mudanças na microbiota. Entretanto, como já dissemos, não há relação comprovada com alterações cognitivas.

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