Omitir-se, esperando para ver o que acontece, não é papel de um líder

Nada justifica a omissão do presidente Jair Bolsonaro, que, após a proclamação da vitória de Lula para lhe suceder no Palácio do Planalto, simplesmente se escondeu.

Decorridas quase 48 horas, nem uma mensagem de cumprimentos ao vitorioso ele ousou manifestar depois de consumada a derrota.

Enquanto isso, assiste pela televisão, no conforto dos seus aposentos, o Brasil viver uma paralisação inusitada em protesto contra o resultado das urnas, num movimento que ninguém sabe aonde vai parar.

Comandante tem de liderar e saber medir as palavras.

Ficar omisso, esperando pra ver o que acontece, não é papel de líder.

E se houver alguma tragédia nas ruas ou rodovias, enquanto ele está bem seguro?

Pela sua formação militar, Bolsonaro tem a obrigação de saber que a responsabilidade é totalmente sua nesse momento difícil da vida nacional, com o país dividido entre “nós e eles”, como há bastante tempo vêm pregando as lideranças do PT.

Enquanto isso, diante da inaceitável omissão de quem tem o papel de comandar, as redes sociais disseminam suspeitas e hipóteses de conspiração.

Se existe mesmo algum relatório militar constatando irregularidades no sistema de apuração de votos, que se adote providências dentro dos limites institucionais.

Se não, paciência…

O silêncio a que se propôs o Presidente da República somente alimenta as teorias conspiratórias e ampliam, cada vez mais, a divisão da população.