Redação
A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou nesta quinta-feira (28) que o zika vírus pode infectar de 3 milhões a 4 milhões de pessoas nas Américas, sendo 1,5 milhão no Brasil.
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A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que a disseminação da doença, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, passou de uma ameaça moderada para uma questão de proporções alarmantes.
Marcos Espinal, especialista em doenças infecciosas da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), o braço regional da OMS nas Américas, declarou: "Podemos esperar entre três e quatro milhões de casos de doenças do vírus zika". Ele não mencionou um intervalo de tempo.
Não existe vacina ou tratamento para o zika, que é da mesma família da dengue e da febre chikungunya e causa febre moderada, erupção cutânea e vermelhidão nos olhos.
Cerca de 80% das pessoas infectadas não exibem sintomas, o que torna difícil saberem se foram contaminadas.
A diretora da OMS disse que a entidade irá convocar uma reunião do comitê de emergência na segunda-feira (1°) para ajudar a determinar o nível de reação internacional ao surto do vírus, que está se disseminando a partir do Brasil e que se acredita estar relacionado a casos de microcefalia em recém-nascidos.
"O nível de alarme é extremamente alto", afirmou Chan aos membros do conselho executivo da OMS durante reunião em Genebra.
— Nessa altura, foram relatados casos em 23 países e territórios na região (das Américas).
O Ministério da Saúde do Brasil informou em novembro de 2015 que o Zika estava relacionado a casos de microcefalia, uma malformação congênita em que bebês nascem com a cabeça menor do que o tamanho normal.
O Brasil registrou oficialmente 3.893 casos suspeitos de microcefalia, afirmou a OMS na semana passada, mais de 30 vezes a mais do que em qualquer ano desde 2010 e o equivalente a de 1% a 2% de todos os recém-nascidos de Pernambuco, um dos Estados mais atingidos pela doença.
Chan disse que, embora ainda não se tenha estabelecido uma relação causal entre o zika vírus e malformação congênita, existe uma "forte suspeita".
— As possíveis ligações, só recentemente suspeitadas, mudaram rapidamente o perfil de risco do zika de uma ameaça moderada para uma de proporções alarmantes.
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