Operação que apura fraude tributária no RJ mira sede da CBV e Ary Graça

Publicado em 20/05/2021, às 10h19
Divulgação -

Folhapress

A CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) esteve entre os alvos de uma operação do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) e da Polícia Civil nesta quinta-feira (20).

LEIA TAMBÉM

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra dez denunciados por organização criminosa voltada para a prática de fraudes tributárias, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica na cidade de Saquarema (Região dos Lagos do Rio de Janeiro).

Entre eles estão o ex-prefeito da cidade Antonio Peres Alves (2000 - 2008) e o ex-presidente da CBV Ary Graça Filho, que preside a Federação Internacional de Voleibol desde 2012. A investigação começou em 2013, um ano antes de o cartola deixar a entidade nacional.

Ao todo, 14 mandados foram autorizados pela Justiça em endereços ligados aos acusados na capital e em Saquarema. Não há pedidos de prisão.

De acordo com a denúncia, no mandato de Alves foram editadas leis complementares que concediam benefícios fiscais abaixo do piso constitucionalmente previsto, o que levou à criação de várias empresas "fantasmas" na cidade e permitiu um grande aumento da arrecadação municipal, além de evasão em outros municípios.

A partir disso, ainda segundo a acusação, Ary Graça Filho usava os recursos de patrocínio do Banco do Brasil à CBV em contratos com empresas recém-criadas, sem estrutura de pessoal e estabelecidas em sedes fictícias, supostamente em Saquarema. Essas empresas pertenceriam a então dirigentes da CBV subordinados ao presidente.

A CBV mantém um centro de desenvolvimento na cidade da Região dos Lagos, onde são realizados uma série de treinamentos e torneios. Era lá, por exemplo, que as seleções brasileiras se preparavam até a última semana para a Liga das Nações e os Jogos Olímpicos de Tóquio.

De acordo com informações da Globo, os agentes apreenderam em um endereço ligado a Ary Graça no Leblon 20 mil dólares e R$ 15 mil em espécie.

Em nota, a CBV afirmou que recebeu os policiais em suas sedes na Barra da Tijuca e em Saquarema e que seus funcionários prestaram auxílio às autoridades policiais que buscavam documentos relativos ao possível esquema de fraude tributária.

"De acordo com as investigações, a CBV teria sido vítima dos seus então dirigentes, que teriam criado contratos fictícios para desviar dinheiro da instituição", disse a entidade. "A atual gestão da confederação cooperará integralmente com a investigação e, se forem comprovados prejuízos financeiros à CBV, tomará todas as medidas necessárias para que estes valores sejam integralmente ressarcidos à comunidade do voleibol", completou.

A reportagem procurou Ary Graça por meio da assessoria de imprensa da federação internacional e aguarda sua manifestação. Não foi possível localizar o ex-prefeito Alves até a publicação deste texto.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Protótipo de carro voador produzido no Brasil faz primeiro voo Polícia prende segundo homem envolvido no roubo de obras de arte em SP Polícia Federal mira deputados em operação que apura desvio de cotas parlamentares Conteúdo pornográfico é exibido em TV de recepção de hospital