Redação
Thaís Araújo irá prestar depoimento sobre ofensas racistas na internet Leia mais em: http://zip.net/bbsjlD (Crédito: Reprodução)
Mais até do que na arquibancada do futebol, é nas redes sociais que o racismo e a homofobia se propagam.
O Facebook, aliás, tem o mesmo clima dos estádios, a grosseria liberada, a estupidez glorificada, o preconceito elogiado.
O que andaram (andam?) dizendo da Taís Araújo é exemplar. Ela é agredida, espancada, insultada na web pelo imperdoável pecado de ser linda, talentosa – e negra.
Esta é mais uma faceta do atual ódio político, o fascismo residual insuflado histericamente pela mídia do privilégio. Ser crítico é uma coisa; a patologia social, é outra, bem diferente.
"Continue incomodando os covardes", diz Taís Araújo após comentários racistas
Essa turma aí, à frente de um filme como esse aí da Anna Muylaert com a Regina Casé, tem engulhos escravocratas e sente vontade de proscrever a Lei Áurea.
A Casa Grande, cada vez mais assanhada, sonha em encarcerar de novo os negros, os pobres, as mulheres altivas, os gays, os comunistas, os poetas em gigantescas senzalas.
O problema é que o aparente anonimato que acoberta a covardia nas redes sociais não acoberta o crime cometido.
Racismo é crime, homofobia é crime (pelo menos enquanto a Câmara dos Deputados comandada por esse Eduardo Cunha não decidir em contrário), calúnia é crime.
Taís Araújo fez o que as vítimas da intolerância devem todas fazer: bater às portas da Justiça.
Mesmo sabendo que a Justiça de cega não tem nada: ela é, assim como a mídia do privilégio, instrumento do status quo, a Justiça é seletiva, ela acusa os adversários inocentes e inocenta os aliados culpados.
De todo modo, que fique registrada publicamente a indignação de quem, como Taís Araújo, só é agredida por suas virtudes.
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