“Os 10 dias que nunca existiram” – Uma curiosa observação histórica

Publicado em 14/05/2023, às 10h27

Redação

Do jornalista e historiador alagoano Edberto Ticianelli, no portal “Contexto Alagoas”:

LEIA TAMBÉM

Isso mesmo, temos dez dias na história que não existiram. Não há nada sobre eles, nenhum evento foi registrado nesses dias de outubro de 1582.

A situação inusitada surgiu com a adoção do calendário gregoriano, elaborado por astrônomos, a pedido do Papa Gregório XIII, para estabelecer o início do equinócio vernal (da primavera) no dia 21 de março.

Lembrando que equinócio é quando a luz do sol corta o equador celeste, determinando dia e noite com 12 horas cada. Isso ocorre em março e em setembro.

O calendário juliano, instituído pelo imperador romano Júlio César, tinha 365 dias e 6 horas. Passou-se então a se ter um  ano com 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 47 segundos. Mesmo assim não se conseguiu domar o tempo e o mês de fevereiro ficou para ser utilizado em alguns ajustes.

A correção proposta por Gregório XIII estava relacionada com a Páscoa, que já acontecia, no primeiro domingo depois da lua cheia, após o início do equinócio vernal, por determinação do Primeiro Concílio de Niceia.

Para a igreja católica, o equinócio vernal acontece em 21 de março. Para os astrônomos, na maioria dos anos acontece no dia 20 de março.

Como a lua cheia resolveu não se enquadrar nos ditames do Papa, a data da Páscoa varia entre 22 de março e 25 de abril.

Foi assim que, após a última badalada do relógio à meia-noite da quinta-feira, 4 de outubro, teve início o dia 15 de outubro de 1582 na Espanha, parte da Itália, Portugal e Polônia. Um outubro de 21 dias. Sumiram com os dias entre 5 e 14 de outubro. Essa mudança não foi aceita imediatamente. Demorou três séculos para que as folhinhas fossem unificadas.”

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

COMUNICADO Com Boulos no Planalto, Lula tenta reconstruir a esquerda O coração dividido de Luciano Barbosa Ufal é destaque em novas variedades de cana-de-açúcar