Os prós e contras das manifestações que se mantêm em todo o Brasil

Publicado em 16/11/2022, às 06h28 - Atualizado às 06h28

Redação

Podem ser questionáveis, nos aspectos político e jurídico, mas merecem ser respeitadas as manifestações que acontecem em todo o Brasil desde 30 de outubro, contestando a vitória de Lula (PT) à Presidência da República pela terceira vez.

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Aqui em Maceió, por exemplo, chega a ser comovente a presença diuturna de pessoas idosas no canteiro da Avenida Fernandes Lima, em frente ao quartel do 59º BIMtz, levando cadeiras, alimentos e suportando sol, chuva e sereno, na até agora vã tentativa de conseguir um resultado satisfatório às suas pretensões.

Isso nunca aconteceu nas outras quatro vezes em que o Partido dos Trabalhadores chegou ao poder e, agora, há uma explicação: criou-se a expectativa de que as Forças Armadas, como divulgado desde o primeiro turno da eleição, realizaria uma auditoria à parte na apuração dos votos, em paralelo ao Tribunal Superior Eleitoral.

Isso deu ao movimento um perfil de legitimidade, por ser baseado na tal auditoria que as Forças Armadas prometeram e fizeram – embora seu relatório não trouxesse nenhuma evidência de que houve fraude na definição do resultado final.

No feriado desta terça-feira chegou a ser divulgado por parte da imprensa que o Partido Liberal, legenda do presidente Jair Bolsonaro, iria pedir ao TSE a anulação da eleição, o que renovou o ânimo dos manifestantes.

No final da noite de ontem Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, contratado pelo PL para auditar o processo eleitoral emitiu nota esclarecendo: “Ainda não foi divulgada qualquer versão final de relatório, temos estudos em andamento” – a previsão é ter o resultado no mês de dezembro.

Enquanto houver esse fio de esperança de uma reversão no resultado das urnas, dentro da perspectiva de haver um trabalho de auditagem em curso – como há, realmente – é injusto acusar os atos dos manifestantes de antidemocráticos.

Por conta dessa pendência, ainda não acabou o jogo político para essa metade da população brasileira que está representada nesses atos.

À oposição, que está prestes a assumir o poder a partir de janeiro, cabe chamar isso de “golpismo”.

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