Redação
Para Leonardo Barreto, da revista “Crusoé”, a expressiva vitória na reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), e a reeleição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), promovem um alinhamento institucional positivo para o governo, porém embutem recados importantes ao presidente Lula (PT):
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“Enquanto essas questões são típicas de governo, há outras mais profundas, que mexem com as placas tectônicas da política brasileira e que foram externadas pelos líderes neste início de ano legislativo. O primeiro é o papel e os limites dos poderes. Nas duas Casas foi levantado o tema do abuso de prerrogativas por parte do STF e o excesso de judicialização das decisões políticas. No Senado Federal, onde o tema é mais sensível em razão de ser lá o local de aprovação das indicações para o Judiciário, Pacheco teve que prometer colocar em votação propostas de limitação do raio de alcance das decisões dos ministros do Supremo.
O segundo tema foi o forte sentimento corporativo entre deputados quanto ao seu protagonismo no processo decisório nacional. A dimensão da votação obtida por Lira só pode ser explicada no contexto de manter a relevância da Câmara tanto na construção do Orçamento quanto na participação da formulação das principais políticas públicas. Trata-se de um recado e tanto para Lula, de que é necessário reconhecer o presidente da Câmara como o coabitante do centro decisório e de que o retorno do presidencialismo de coalizão será um pouco mais desfavorável do que era na primeira passagem do PT pela Presidência, isto é, além de ceder espaços, terá que dividir a mesa grande das decisões com interlocutores do Legislativo.”
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