Osvaldo, o criador do camarão crocante

Claudinha Mortimer, mulher antenada no mundo da gastronomia, certa vez me deu uma dica: “Nide, quando for em Paripueira vá na barraca do Osvaldo, ele é o criador do camarão crocante”. Levei um tempão para provar a iguaria, mas quando passei um final de semana em “Paris Pueira”, como os alagoanos gostam de chamar, logo aterrissei na barraca do Osvaldo.

Paixão à primeira vista: a barraca do Osvaldo é simples e chique ao mesmo tempo – ele criou um jardim de coqueirais formando uma sombra espetacular para nosso verão, grande convite ao ócio. Acomodada em uma cadeira na areia, meu primeiro pedido, claro, foi o afamado camarão crocante – junto com uma cerveja gelada (Original). Quando provei o crustáceo, disse no meu pensamento: “Claudinha estava certa, o petisco é dez”.

O camarão crocante é envolvido numa camada super fina de farinha de trigo, transformando a casquinha em tira gosto, e a carne é bem macia. Delicia, é de pedir bis.

Agora, no período da baixa temporada, são consumidos 200 quilos do “Rosinha”, o melhor para fazer a receita do camarão crocante. Os crustáceos vêm da praia do Peba (Piacabuçú) e do Mercado. Já os peixes são oriundos da cidade vizinha,  Barra de Santo Antônio.

O criador da iguaria é o carioca de Duque de Caxias, Osvaldo Melo, que há 25 anos aportou em Paripueira para viver e trabalhar sem terno e gravata e com muita simpatia.

“Sou ex-bancário e todas as minhas férias viajava para o Nordeste, descia pelo litoral de carro do Ceará até Alagoas (Paripueira) para ver as minhas tias. Foram quatro anos fazendo este roteiro, daí resolvemos jogar âncora no paraíso”, disse o carioca.

A barraca é uma tradição de 25 anos, e confesso que em poucas horas a gente vira fã do empreendimento. Isso porque da cozinha começam a desfilar as comidinhas tentadoras, a exemplo do peixe robalo (inteiro) – pela aparência e pela fama de Osvaldo, o negocio com certeza é bom. Ainda vou voltar para provar, mas desta vez apostei nos petiscos.

O polvo cortadinho com ervas e gengibre é ótimo, bem equilibrado, e tem o frescor sem exageros – as ervas acrescentam mais sabor.

Depois do polvo foi a vez da pilombeta. Peixe de água doce, pequeno e bem carnudo – só precisa de pingos de limão.O caldinho de feijoada, apesar de não vir das águas, merece também todo o apreço.

No mais, a Barraca do Osvaldo é um dos lugares sagrados de Alagoas, boa comida com a ginga do carioca de sangue bom.

Rota Barraca do Osvaldo

Preços a partir de petisco a partir de R$ 20,00. Caldinhos R$ 2,50

Funciona de terça a domingo, das 9 até as 17horas

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