Padre espanhol e italiana são presos após vazamento de informações Vaticano

Publicado em 03/11/2015, às 00h01
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Redação


Um padre espanhol e uma mulher italiana que trabalharam em uma comissão de reforma financeira estabelecida pelo papa Francisco foram presos após o vazamento de informações e documentos confidenciais, informou o Vaticano nesta segunda-feira. Um comunicado do gabinete de imprensa da Santa Sé disse que o Ministério Público do Vaticano confirmou a detenção dos dois, que foram interrogados no fim de semana.

O comunicado identifica a mulher como Francesca Chaouqui e o sacerdote como Dom Lucio Anjo Vallejo Balda. Ele ainda é um empregado do Vaticano. Ambos tinham servido em uma comissão criada pelo papa Francisco em 2013 como parte de seu esforço para reformar as finanças da Santa Sé. A comissão não existe mais.

O reverendo Ciro Benedettini, porta-voz do Vaticano, disse que Vallejo Balda está sendo mantido em uma cela na Cidade do Vaticano. Já a mulher foi liberada porque colaborou com as investigações. "Chaouqui forneceu o máximo de cooperação e documentos em apoio ao que ela declarou ter depositado", afirmou Giulia Bongiorno, advogada do italiana, em entrevista à agência de notícias italiana ANSA. Em sua página na rede social LinkedIn Chaouqui se descreve como uma especialista em comunicação e como a única mulher e a única com menos de 55 anos a ter participado da comissão.

Opus Dei, o movimento religioso católico conservador, expressou "surpresa e dor" sobre a prisão de Vallejo Balda. Em uma declaração, o grupo descreve o padre como pertencente a uma sociedade sacerdotal ligada à Opus Dei, e acrescentou que não tinha informações sobre o caso. "Se a alegação acaba por ser provada, será particularmente dolorosa por causa do dano causado à igreja," diz a declaração.

Enquanto Francisco tem a intenção de modernizar o Vaticano e tornar as finanças mais transparentes, as prisões foram a mais recente confirmação de que ainda há problemas em torno das finanças do Vaticano. Esforços de papas anteriores para limpar a casa no Vaticano provocaram o ressentimento e encontraram resistência na burocracia entrincheirada da Santa Sé, uma combinação perfeita de fatores para vazamentos.

Vazamentos de documentos confidenciais do Papa Bento XVI em 2012 levaram à detenção e julgamento de um mordomo papal e um técnico de informática do Vaticano. "É preciso ter em mente que o vazamento de informações e documentos confidenciais é crime sob uma lei promulgada nos primeiros meses de papado de Francisco", disse o comunicado do Vaticano. Fonte: Associated Press.


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