Redação
O pastor Silas Malafaia está entre os investigados de uma operação deflagrada nesta sexta-feira (16), pela Polícia Federal, que mira uma suposta organização criminosa por motivos de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.
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De acordo com informações de agências, o pastor teria participado da lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. Ele é suspeito de emprestar contas da instituição dele para ajudar a ocultar dinheiro.
De acordo com a Polícia Federal estão sendo realizadas buscas e apreensões em 52 endereços diferentes ligados a suposta organização criminosa em 11 estados e no Distrito Federal.
Além das buscas, estão sendo realizadas 29 conduções coercitivas - onde uma delas teria sido realizada com o pastor - quatro mandados de prisão preventiva e 12 mandados de prisão temporária.
O objetivo da operação é que com as provas coletadas nesta sexta a PF tenha detalhes na maneira que de como funcionava "um esquema em que um diretor do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) com informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties oferecia serviços de dois escritórios de advocacia e de uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) junto a empresas de exploração mineral.
Até o momento, os investigadores apuraram que a suposta organização criminosa se dividia em ao menos quatro núcleos: o captador, formado por um diretor do DNPM e sua esposa, que realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema; o operacional, formado por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos; o político, composto por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia do esquema; e o núcleo colaborar, que auxiliava na ocultação e dissimulação do dinheiro.
A PF também comunicou que o sequestro de três imóveis e bloqueio de valores que podem alcançar R$ 70 milhões. O juiz do caso determinou ainda que os municípios se abstenham de contratar ou de realizar pagamento aos escritórios de advocacia e consultoria que estão sendo investigados.
A Operação Timóteo começou em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões, segundo o órgão.
As ações da PF ocorrem nas seguintes unidades da federação: BA, DF, GO, MT, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO. O juiz do caso é Ricardo Augusto Soares Leite, da 10a. Vara da Justiça Federal do DF.
A ação é batizada de "Operação Timóteo", em referência a esta passagem do livro Timóteo, da Bíblia: " Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos".
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