Flávio Gomes de Barros
O governador Paulo Dantas (MDB) tem dito e reiterado que pretende permanecer no cargo até concluir os quatro anos de mandato, em 31 de dezembro de 2026.
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Era uma forma de se precaver diante da possibilidade de ser punido pela Justiça Eleitoral por conta de uma ação movida contra ele ainda na campanha de 2022, pelo seu então concorrente Rodrigo Cunha, por conta de distribuição de cerca de 300 mil cestas básicas aos eleitores, o que caracterizaria compra de votos.
Como o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas nesta segunda-feira, 21, se manifestou pela sua absolvição por 4x3, certamente que Dantas, agora sem o risco de perder o mandato e ficar inelegível, passa concretamente a entrar no páreo para 2026 e, assim, pleitear novo cargo político.
Já que não pode concorrer pela terceira seguida a governador, restam-lhe duas aternativas: tentar uma das duas vagas em disputa ao Senado Federal ou se eleger para a Câmara dos Deputados - pela dimensão que assumiu, não parece razoável ser de novo deputado estadual.
O obstáculo para isso atende pelo nome de Ronaldo Lessa (PDT), seu vice-governador, que apesar da eventual proximidade política nunca foi ligado ao grupo que hoje comanda não só o Palácio República dos Palmares, mas também a Assembleia Legislativa, a maioria das prefeituras e considerável número de vereadores.
Traduzindo: uma candidatura de Paulo Dantas a senador ou a deputado federal passa, necessariamente, por um entendimento com Lessa, que em manifestações sobre a possibilidade de ser efetivado em eventual renúncia do titular não descarta buscar a reeleição, o que não faz parte dos planos do grupo do qual integra.
Até para o vice renunciar juntamente com Dantas em abril do próximo ano, forçando mais uma eleição de governador-tampão pela ALE, como em 2022, é preciso definir a situação de Ronaldo Lessa, que não tem mais idade para, por exemplo, ser designado para um Tribunal de Contas.
Essa é a equação a ser resolvida para viabilizar umampossível candidatura de Paulo Dantas em 2026.
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