TNH1 com TV Pajuçara
A TV Pajuçara teve acesso, nesta quarta-feira, 12, aos áudios chocantes que revelaram as graves denúncias feitas por um menino de apenas 12 anos de idade contra a própria mãe. Os relatos da criança citam violência pesada, inclusive, com um chicote de cavalo utilizado pela genitora para bater no filho.
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A mulher foi presa na noite dessa terça-feira, 11, no bairro Cidade Universitária, na parte alta de Maceió, após a Polícia Militar receber denúncia anônima de abandono e maus-tratos contra o menino e o irmão de apenas 4 anos de idade na residência da família.
O caso foi descoberto depois que as marcas de violência foram percebidas e denunciadas por uma pessoa que teve contato com o garoto. A conversa foi gravada e, em um dos momentos, a criança fez um forte desabafo:
"Na minha vida passada eu acho que eu pequei muito pra ter uma mãe assim. Eu vou ficar aguentando isso até quando? Até os meus 18 anos?", disse o menino de apenas 12 anos de idade, sobre as denúncias de violência contra a própria mãe.
O jornalista Leandro Santiago, que teve acesso primeiro aos áudios denunciados à TV Pajuçara, ficou chocado com o conteúdo.
"Áudio forte, com um relato de cortar o coração. De dar soco no estômago. Choca demais, dói demais", resumiu o repórter.
Veja e ouça abaixo os trechos da denúncia feita pela criança:
O que diz o Conselho Tutelar
A conselheira Adriana Correia, responsável pelo atendimento na região do Cidade Universitária, contou que o menino suplicou por socorro ao ser abordado pelo Conselho Tutelar em casa.
"Nós recebemos os áudios e nos dirigimos ao local para verificar se era verídico. Por volta de meio-dia não tinha ninguém na residência. Retornamos por volta das 17h e estavam as duas crianças. Fui recebida por uma criança de 12 anos, desesperada, com um olhar de pedido de socorro".
Segundo Adriana, ele perguntou quem ela era e disse:
"'Tia, você é uma assistente social? Me socorre, me tira daqui'. Eu pedi para ele se acalmar. Ele viu o meu crachá: 'Você é do Conselho? Me ajuda! Eu não aguento mais apanhar'. Pedi para ele ter calma. Ele começou a chorar muito. Veio outra criança, de apenas 4 anos, e o irmão pediu para ele se acalmar, pois estava falando com a tia".
A conselheira afirmou que o menino tinha marcas no braço e perguntou o que teria sido, se ele tinha caído.
"Ele disse: 'Não, a minha mãe bateu de tabica em mim'. Ele começou a chorar muito e disse que não poderia falar, pois a mãe o ameaça dizendo o mataria com uma faca peixeira. Foi essa a fala da criança. Ele pediu por favor para levá-lo para a avó. 'Minha avó me ama. Agora não tira o meu irmão de perto de mim, eu preciso do meu irmão comigo'", relatou Adriana.
De acordo com a conselheira, naquele mesmo momento, a criança pediu para ligar para a avó. "Falamos com a avó dele, pedimos para ela comparecer à Central de Flagrantes. Solicitamos o apoio da polícia, pois a denúncia era verídica, e foi constatado o abandono de incapaz".
O menino de 4 anos estava sem entender a situação, enquanto o irmão mais velho prosseguiu com os pedidos de socorro. "A minha mãe bate também no meu irmão. Eu apanho mais. Apanho de tabica. E eu não aguento mais apanhar tanto", narrou a conselheira. "Era um olhar de socorro, medo e pavor. Ele só fazia: 'Me tira daqui, por favor'".
A mãe foi autuada em flagrante por abandono de incapaz. As crianças se encontram com a avó —uma senhora muito cuidadosa, segundo a conselheira. A avó foi imediatamente para a Central de Flagrantes. O tio dos meninos também foi à Central, o pai de uma das crianças também compareceu, deram total assistências àquelas crianças, de acordo com o Conselho Tutelar.
Ainda em depoimento de Adriana à TV Pajuçara, a avó materna disse que repreendeu a filha nesta semana, porque a criança fez um vídeo e enviou para a avó, o conteúdo do vídeo era para mostrar a pisa que a criança levou na sexta-feira. A avó foi até a casa da filha repreendê-la.
Segundo a conselheira, a avó dos meninos também chamou a atenção da filha sobre o cachorro da família, um rottweiler que "tomava conta" dos meninos. "O rottweiler ficava junto com eles dois, dentro de casa, até o horário que a mãe retornasse", completou a conselheira.
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