TNH1 com TV Pajuçara
A Polícia Civil de Alagoas está investigando o desaparecimento de Lucas Rafael Gomes de Oliveira, de 19 anos, visto pela última vez entre o domingo, 17, e a segunda-feira, 18, quando foi à Praia de Ponta Verde e depois ao Vergel do Lago, em Maceió.
LEIA TAMBÉM
Nesta terça-feira, 26, o delegado Ronílson Medeiros afirmou ao Fique Alerta que a foto de um suposto corpo, que teria sido reconhecido por familiares do jovem em um perfil de Instagram, chamou a atenção das autoridades. A imagem estaria sendo vendida por um tipo de assinatura na rede social, que leva a um grupo de WhatsApp.
"A família recebeu a imagem de um corpo. Não temos como indicar que aquele corpo seria do Lucas Rafael. No entanto, foi verificado que existe um perfil divulgando fotos para acessar, ser feito um pagamento e ter o acesso às fotos. Já solicitamos informações sobre quem está administrando esse grupo no Instagram. Solicito que, se você estiver assistindo, mantenha contato com a delegacia, repasse essas imagens que são fundamentais para verificarmos se trata mesmo do Lucas Rafael", disse o delegado.
Medeiros destacou que esse tipo de prática é criminosa.
"Essa situação, da forma que está acontecendo, sim, é crime. Ele não tem autorização para estar divulgando imagens de uma pessoa falecida e nem como entrou em óbito".
Ainda de acordo com o delegado, a imagem que os familiares tiveram acesso apareceu em "modo temporário", quando pode ser visualizada apenas por poucos segundos. Mesmo assim, conseguiram printar a tela e salvar a foto.
"É um perfil público que está no Instagram. Esse Instagram é divulgado. A família recebeu uma imagem, que não dá para ter certeza. O perfil solicita um pagamento para ter acesso a um grupo de Whatsapp, provavelmente nesse grupo é que você vê mais imagens de cenas de violência e de pessoas mortas. Acredito que essa pessoa que está administrando esse perfil tem mais imagens. Essas imagens vão ajudar na investigação".
A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros realizaram, nessa segunda-feira, buscas na área da Lagoa Mundaú, mas não tiveram sucesso. As diligências continuam e as autoridades pedem que qualquer informação seja compartilhada pelo Disque Denúncia no 181, o sigilo e o anonimato são garantidos.
Como o jovem ainda é tido como desaparecido, o caso está sendo investigado pelo 3º Distrito junto à Coordenação de Pessoas Desaparecidas (CPD), sem poder ser encaminhado por enquanto à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
"A família já acredita que ele esteja morto. A família sinaliza que aquela imagem é do filho. No entanto, a delegada vai aprofundar as investigações e acredito que a Homicídios vai recepcionar o caso e prosseguir com as investigações".
"Filme de terror", desabafa mãe do jovem
Em entrevista à TV Pajuçara, a mãe de Lucas Rafael afirmou que não tem mais esperança de encontrar o filho com vida.
"É um filme de terror. Tiraram meu coração. Só peço o cadáver do meu filho para eu fazer um enterro digno. Ele era humano, nunca fez mal a ninguém, nunca matou, nunca tirou, todos gostavam dele. Ele era muito querido aqui no bairro da Ponta Verde e Jatiúca. Os vizinhos estão aflitos, nós todos estamos.
"Só peço que não parem de ir atrás do corpo dele, coloquem cão farejador, mergulhador, não parem. Recebi uma notícia que ele estava atrás Papódromo. O pessoal falou que o viu (pela última vez) no Vergel, próximo aos 'predinhos', próximo de um motel lá. É isso que a gente sabe".
Segundo depoimento da mãe, o rapaz teria pego um mototáxi para ir ao Vergel, onde foi visto pela última vez.
"Esperança não tem, não, porque reconheceram as fotos. E ele tá morto. Não tive coragem de ver. [...] Estive ontem com a polícia, que fez as buscas na beira da lagoa com os bombeiros. Peço que não parem de ir atrás dele, de procurar. É uma mãe que está pedindo".
Ela contou ainda que o filho estava quieto ultimamente, mas que ela conseguiu ouvir discussões pelo celular.
"Ele estava muito calado, muito calado mesmo. Há dias que estava calado demais. Estranhei. De madrugada, eu ouvia ele gritando no telefone, brigando, agora não sei com quem. Ele saía para a rua, não dava para ver. Não sei com quem ele discutia".
LEIA MAIS