Planta à base de carne? Cientistas invertem a lógica na busca pela comida do futuro

Publicado em 17/02/2024, às 22h52
Divulgação/Yonsei University -

Olhar Digital

Você já deve ter ouvido falar – ou até comido – as chamadas “plant-based meats”, que são produtos feitos à base de vegetais, mas que simulam carne. Você tem, por exemplo, hambúrguer vegano feito com proteína de ervilha. Tem ainda filé de frango que, na verdade, não é frango, mas um composto de soja, grão-de-bico ou até lentilha.

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O mercado apresenta cada vez mais opções desse tipo de alimento. E os cientistas afirmam que esse pode ser o futuro. Embora seja, de fato, mais sustentável, as carnes à base de planta ainda não caíram no gosto de todo mundo, até porque o sabor não lembra em nada os originais.

Pensando nisso, cientistas coreanos resolveram inverter a lógica e criaram uma “meat-based plants”, ou seja, um vegetal feito à base de proteína animal. É um híbrido de arroz com músculo de vaca e células de gordura. Os pesquisadores garantem que ficou com gosto de… sushi de carne!

Você pode se perguntar aí do outro lado: mas qual a necessidade disso? Os cientistas explicam no artigo científico publicado na revista Matter: você consegue sabor e nutrientes em larga escala, além de consumir menos carne bovina. Ou seja, trata-se de uma fonte de proteína mais barata e sustentável do que as que temos atualmente.

Como foi feita essa mistura?

“Depois disso, poderemos criar um sistema alimentar sustentável. Imagine obter todos os nutrientes que precisamos a partir de arroz proteico cultivado em células. Poderia um dia servir como ajuda alimentar para a fome, ração militar ou até mesmo comida espacial”, declarou Park à CNN.

Preocupação ambiental

Vale destacar que essa experiência coreana está apenas no laboratório por enquanto. Ou seja, o arroz rosa não vai aparecer nos mercados ou em restaurantes tão cedo.

A equipe ainda está refinando o processo de crescimento para produzir grãos com maior valor nutricional. Eles também esperam melhorar ainda mais o sabor, a textura e a cor.

A ideia é as “meat-based plants” possam viver em harmonia com as “plant-based meats”. Você escolheria o que gosta mais, uma vez que as duas opções são bem mais sustentáveis que a cadeia alimentar que temos hoje em dia.

E quando falamos em cadeia insustentável, existem 3 pilares para essa argumentação:

1) Pode faltar proteína no futuro, com o crescimento da população

Em 2050, a população global deve chegar à marca de 10 bilhões de pessoas e, com isso, a demanda por alimentos de origem animal pode aumentar em até 70% (em relação a 2010), de acordo com projeções de um relatório divulgado em 2018 pelo World Resources Institute.

2) A pecuária tem um peso importante nas emissões de gases do efeito estuda, que provocam o aquecimento global

Atualmente, a atividade é responsável pela emissão de 7 gigatoneladas de CO2 por ano, segundo a agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura. A criação de gado bovino responde por cerca de 65% das emissões do setor, acima de outras espécies, como porco e frango.

3) A questão ética, com o abate de milhões de animais para um prazer humano

É o argumento defendido por vegetarianos e veganos. Segundo eles, os animais são sencientes, ou seja, capazes de sentir dor e sofrimento, e não devem ser explorados, confinados e abatidos para consumo humano.

As informações são do Engadget.

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