Polícia faz busca e apreensão contra suspeito de ataque ao Porta dos Fundos

Publicado em 31/12/2019, às 16h05
Reprodução TV Globo -

FolhaPress

 A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou nesta terça-feira (31) uma operação para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra Eduardo Falzi Richard Cerquise, 41, suspeito de ser um dos autores dos ataques ao Porta dos Fundos.

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O acusado ainda está sendo procurado e é considerado foragido pela polícia. Ele era o único que não estava utilizando capuz na hora do ataque à sede do Porta dos Fundos, ocorrido há uma semana.

Foram apreendidos dinheiro, simulacro de arma, munição, camisa de entidade filosófico-política e computadores, segundo informou a Polícia Civil. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática quebrou os sigilos telemáticos dos suspeitos e acessou mensagens enviadas por eles.

"O Eduardo tem um perfil violento e antagônico. Tem livros ligados à religião cristã e ao islamismo, esses dados foram vistos hoje na busca e apreensão. Ele é um empresário de classe média alta. Ainda devemos identificar os demais autores do ataque", disse o delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro.

Dois veículos foram utilizados no ataque, disse o delegado. Durante a fuga, Eduardo saiu de um dos carros e continuou em outro, mas sem utilizar capuz, até fugir dentro de um táxi.
O taxista também foi identificado, segundo a polícia, que comparou a fisionomia obtida nas imagens com provas periciais.

"Estamos apurando se há ato isolado de pessoas com pensamentos e doutrinas próprias ou se há ligação com alguma entidade. As diligências continuam e estamos à procura do investigado. As provas foram produzidas e a prisão foi decretada pela Justiça. Nos endereços que ele declara como residencial e comercial, não foi encontrado", disse o delegado.

Eduardo possui dezenas de anotações criminais e respondia em liberdade de condenação à prisão. Em 2013, ele agrediu Alex Costa, secretário de Ordem Pública do Rio, durante entrevista coletiva convocada pela prefeitura. Agora, é acusado de tentativa de homicídio por explosão.

"Se ele está respondendo a processo de liberdade e comete outros delitos, provavelmente, isso em uma decisão da Justiça, será revogada a liberdade provisória e se decreta a prisão novamente neste processo. Existe outro crime apurado para no futuro ser levado à Justiça. Temos um mandado de prisão temporária", explicou o delegado.

O crime ocorreu no último dia 24 de dezembro, no bairro do Humaitá, zona sul do Rio de Janeiro. A suspeita é que o ataque foi por conta do "Especial de Natal Porta dos Fundos: a Primeira Tentação de Cristo".

O filme retrata um Jesus gay (Gregorio Duvivier), que se relaciona com o jovem Orlando (Fábio Porchat), e um Deus mentiroso (Antonio Tabet) que vive um triângulo amoroso com Maria e José.

O atentado repercutiu na imprensa internacional. O New York Times mencionou a hostilidade do governo Bolsonaro em relação à cultura, ao audiovisual e ao chamado "marxismo cultural'.

O site da americana NBC News deu a manchete "Criadores de especial da Netflix com Jesus gay sofrem ataque com coquetel molotov". A revista Variety também publicou manchete sobre o assunto.
O jornal online britânico The Independent escreveu que "Escritório de grupo de comédia é atacado com bomba após polêmica sobre filme na Netflix que encena Jesus como gay". A revista francesa Paris Match trouxe em seu site a machete "Um Jesus Homossexual: os humoristas atacados com coquetel molotov no Brasil".

O Jesus gay do Porta dos Fundos também aparece com destaque no site da Hollywood Reporter, que também lembra do prêmio Emmy recebido pela produtora, com o especial de 2018.

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